Candidatos alegam “irregularidades” nas eleições do Egito

28/05/2012 03:00 Atualizado: 28/05/2012 03:00

O candidato presidencial egípcio Hamdin Sabahi num comício na noite de 18 de maio. Sabahi lidera o partido Karama, um desdobramento do partido nasserista. (Khaled Desouki/AFP/Getty Images)Um candidato presidencial egípcio, que foi eliminado na primeira rodada de votação, apresentará uma queixa sobre supostas irregularidades na recente eleição.

O candidato esquerdista Hamdin Sabbahi ficou em terceiro lugar, não se qualificando por pouco para uma segunda rodada de votação prevista para junho.

Sua campanha disse que apresentaria uma queixa no domingo sobre uma “votação em bloco” alegada pelo Ministério do Interior do país para o ex-primeiro-ministro Ahmad Shafik da era Mubarak. Shafik tem sido considerado o candidato favorito dos militares egípcios, que são conhecidos por suspeitarem dos partidos islâmicos como a Irmandade Muçulmana.

“A evidência que temos, e que ainda estamos acumulando, mostra um grande número de violações em muitos centros de votação que poderiam afetar os resultados finais”, disse o porta-voz de Sabahi, Hossam Mounis, segundo a Associated Press.

Os resultados oficiais da primeira rodada de votação, que ocorreu na última quarta e quinta-feira, ainda não foram anunciados.

No entanto, a mídia egípcia relatou contagens das seções eleitorais em todo o país que colocam Shafik e o candidato Mohammed Morsi da Irmandade Muçulmana, como os dois corredores na dianteira que entrarão no segundo turno no mês que vem.

Foi relatado pelo jornal egípcio al-Ahram que Morsi tem 26,4% dos votos, pouco mais que Shafik, que tem 24,7%. Um segundo turno é necessário uma vez que nenhum candidato conquistou a maioria absoluta.

Ambos os candidatos dizem que buscarão continuar os objetivos dos que tomaram parte na revolução do ano passado, fazendo uma firme ruptura com o passado.

No entanto, Ahmed Khairy, porta-voz do partido secular liberal Egípcios Livres, foi citado pelo al-Ahram dizendo que um segundo turno com Morsi-Shafik era “o pior cenário possível”.

Khairy alegou que Morsi era um “fascista islâmico”, enquanto Shafik era um “fascista militar”.