Com a vitória de 2 a 0 sobre o Liverpool na tarde deste sábado (2), no Emirates Stadium, pela 10ª rodada da Premier League, o Arsenal assumiu a liderança isolada da competição, com 25 pontos. Cinco a mais que o vice-líder Chelsea, que por sua vez foi derrotado pelo Newcastle, no mesmo dia, por 2 a 0. Mais do que um triunfo sobre um grande rival, que também faz boa campanha na competição – os Reds estão em terceiro lugar, com 20 pontos – o resultado positivo pode significar que os Gunners, enfim, voltarão a brigar pelo título inglês.
Depois de muitas temporadas sem almejar esse objetivo, limitando-se apenas à busca por classificações para a Champions League, a equipe do treinador Arsène Wenger faz um início de campeonato empolgante, com oito vitórias em dez jogos (83,33% de aproveitamento) e tem na chegada de um jogador uma das grandes razões para essa mudança de panorama: o meia alemão Mesut Ozil.
Ozil foi comprado pelo Arsenal junto ao Real Madrid por 45 milhões de euros (R$ 137 milhões). Uma “pechincha”, levando em conta a qualidade técnica do alemão, a falta que está fazendo para os merengues e a diferença que está proporcionando para o desempenho do clube londrino neste início de competição.
Com Ozil, o Arsenal ganhou um toque de qualidade e uma referência que torna a equipe mais temida pelos adversários. Não é a toa que, após a confirmação de sua contratação, o treinador do Chelsea, José Mourinho, tenha afirmado: “O Arsenal, agora, se tornou um dos candidatos ao título”.
E parece que, por enquanto, o português acertou em cheio. A influência do jogador no desempenho da equipe pode ser constatada nos números: o meia já fez dois gols e deu cinco assistências em sete jogos com a camisa dos Gunners no campeonato. Destaque também para as atuações do meio-campo Aaron Ramsey. A ótima fase do galês rendeu o posto de artilheiro do clube londrino no torneio com seis gols.
Porém, apesar da boa fase do time, deve-se considerar que a temporada ainda está começando, não sendo possível prever se a equipe irá manter o ritmo até o fim. Não se pode ignorar também o fato de o campeonato possuir, em tese, pelo menos outros quatro concorrentes de peso na disputa pelo caneco.
Com isso, algumas questões podem ser colocadas: como será o desempenho do Arsenal caso o seu melhor jogador não estiver disponível? Haverá uma “Ozil-dependência”? E a principal: como a equipe irá se portar diante de adversários considerados mais fortes?
Por enquanto, no Inglês, a maioria das vitórias se deram contra equipes medianas ou fracas, tendo sido apenas duas sobre times do topo da tabela (Tottenham e Liverpool). Na Champions League, derrota para o Borussia Dortmund, e na Copa da Liga Inglesa, novo revés, dessa vez para o Chelsea, atenuando o fato de que, nesta ocasião, Arsène Wenger enviou a campo uma equipe reserva.
Portanto, pode-se dizer que a equipe ainda tem o que provar. E poderá começar a fazê-lo no próximo sábado (9), quando terá uma tarefa complicada: viajar até Manchester para enfrentar o United, no Old Trafford.
Apesar de algumas incertezas, porém, um fato é inegável: o Arsenal vem mais forte para essa temporada. Ponto para Wenger, que manteve a base dos anos anteriores e conseguiu fortalecer a equipe com uma contratação “cirúrgica”, que foi a de Ozil. Em entrevista coletiva semana passada, o técnico afirmou que a meta é conquistar o Campeonato Inglês, que não vem desde a temporada 2003/2004, e a Uefa Champions League, que o clube jamais venceu.
Diante de concorrência mais forte na Champions e com o elenco que tem, o primeiro objetivo é algo mais viável de se alcançar. Resta saber se a atual boa fase não se trata de “fogo de palha”.