Canadá passa moção que condena extração forçada de órgãos

08/12/2014 06:00 Atualizado: 07/12/2014 18:29

A Subcomissão de Direitos Humanos Internacionais do Parlamento Canadense aprovou uma moção em 6 de novembro de 2014 contra a extração forçada de órgãos sancionada pelo regime comunista chinês a partir de prisioneiros de consciência na China.

A moção foi aprovada após duas audiências em fevereiro de 2013 e outubro de 2014, durante as quais investigadores independentes apresentaram provas da extração de órgãos de praticantes do Falun Gong e outros grupos perseguidos na China.

A proposta da subcomissão “manifesta sua profunda preocupação com os relatos persistentes e críveis da extração sistemática de órgãos sancionada pelo Estado de prisioneiros de consciência e membros de grupos religiosos e étnicos minoritários na República Popular da China sem seu consentimento.”

Além disso, a moção “condena e pede o fim imediato” a esta prática.

Também pede ao governo para “desencorajar e impedir que os canadenses participem de turismo de transplantes, onde os órgãos não tenham sido obtidos de forma ética, segura e transparente.”

Há um ano, um projeto de lei (Lei C-561) foi introduzida por Irwin Cotler, um membro de longa data do Parlamento, em 6 de dezembro de 2013, que propõe punir todas as pessoas sabidamente envolvidas na extração de órgãos.

A legislação vai estabelecer uma lista de indivíduos que acredita-se estarem envolvidos na extração de órgãos e vai exigir documentação da fonte de órgãos utilizados em transplantes.

No início deste ano, dois investigadores canadenses independentes, David Kilgour (um ex-membro do Parlamento) e David Matas (um advogado de direitos humanos), apresentaram evidências da extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong vivos na China como uma fonte de inspiração para a legislação.

Cinquenta e dois tipos de prova recolhidos por Kilgour e Matas mostram que, entre 2000 e 2005, cerca de 41.500 órgãos não identificados usados em transplantes na China foram extraídos a partir de praticantes do Falun Gong.

Em outubro, a comissão ouviu o autor e pesquisador Ethan Gutmann e Dr. Damon Noto da ONG Médicos Contra a Extração Forçada de Órgãos (DAFOH).

Dr. Noto observou que várias investigações sobre a extração ilegal de órgãos na China foram realizadas e os resultados “apontavam para a utilização de prisioneiros de consciência como a principal fonte de órgãos, onde os praticantes do Falun Gong compõem a grande maioria.”

De acordo com o Dr. Noto, o número de transplantes de órgãos na China disparou de algumas centenas por ano em 1999 para vários milhares em 2004. A mesma coisa aconteceu com os centros de transplante. Os hospitais chineses fizeram e divulgaram anúncios de transplante de órgãos que garantem compatibilidade em questão de duas semanas. Além disso, marcar consultas para fazer cirurgias de transplantes pode ser feito com antecedência, de acordo com a agenda do paciente.

Alguns hospitais chegaram a alegar “resultados superiores” e que os testes podem ser feitos em “doadores” antes da remoção dos órgãos, disse o Dr. Noto.

“Se você seguir a linha do tempo do ‘boom’ de transplantes na China e compará-lo com o início da perseguição ao Falun Gong, que ocorreu em 1999, os prazos correspondem quase exatamente”, disse Noto ao subcomitê.

Na audiência, Gutmann, que colocou sete anos de pesquisa em seu livro recém-lançado “O Massacre: assassinatos em massa, extração de órgãos e a solução secreta da China para o seu problema de dissidentes”, deu sugestões aos membros do parlamento – é fácil fazer leis que proíbem o turismo de transplantes de órgãos à China.

Ele disse que é errado matar uma pessoa inocente para salvar um cidadão canadense; os canadenses devem seguir seus próprios valores e não se envolverem nesse crime.

Gutmann estima que meio milhão a um milhão de praticantes do Falun Gong estão presos nesse momento.

“Até 2008, cerca de 65.000 praticantes do Falun Gong foram mortos por seus órgãos”, disse ele ao subcomitê.

Minghui.org