Camponeses chineses se organizam no combate à corrupção

31/01/2012 16:22 Atualizado: 06/01/2013 16:25
Autoridades locais amedrontadas com a criação de “união autônoma”
Aldeões reunidos na sede municipal do Partido Comunista Chinês obstruíram a entrada com faixas de protesto contra as expropriações de terras (Human Rights Net)

Numa pequena vila na província chinesa de Henan, cerca de duzentos aldeões criaram sua própria “União Autônoma de Camponeses” e marcharam para a sede local do governo comunista, reivindicando a devolução de terras ilegalmente tomadas, bem como direitos democráticos. A união foi formada na vila de Wangpeng, no município de Gushi. Na manhã seguinte, mais de 100 integrantes organizaram um ato de demonstração com faixas e slogans, dirigindo-se ao comitê local do partido comunista e gritando “devolvam nossa terra” e “devolvam nossos direitos de voto”, segundo relatos online e entrevistas com participantes.

O grupo também tirou fotos de seus protestos e postou-as online.

O representante da organização, Lin Yinxiu, contou ao Epoch Times que quando eles chegaram ao prédio do comitê, a porta estava trancada e todos os oficiais pareciam ter fugido do local. Os manifestantes bloquearam a entrada do edifício e encheram-na de faixas, uma aparente imitação consciente dos habitantes da vila de Wukan que expulsaram as autoridades comunistas e assumiram o controle do próprio vilarejo.

Outro manifestante, Li Zhixia, contou que o comitê da vila havia ilegalmente desapropriado terras dos moradores alegando “retornar terras agrárias para a floresta”. Li Zhixia disse que os aldeões tinham pouca terra arável restante e agora não tinham nada de onde tirar seu sustento. “Até os subsídios do tal ‘retorno’ foram desviados. No passado, os aldeões fizeram várias tentativas de apelar às autoridades locais, mas foi tudo em vão. Esses camponeses perderam suas terras e agora, para sobreviver, são forçados a se unir para defender seus direitos.”

O morador Zhu Xingliang disse que os habitantes da vila sempre buscaram apelar aos altos escalões do governo, chegando a se ajoelharem pedindo compreensão, mas a opressão só aumentou, mesmo com promessas de que os problemas acabariam. Agora, os aldeões tentam seguir o exemplo de Wukan e exigir seus direitos do governo municipal.

Outro participante do protesto disse que as autoridades ficaram assustadas porque são um governo ilegítimo e temem a possibilidade de real democracia.

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