Campanha para ‘beneficiar as massas’ no Tibete aperta o controle na região

20/06/2013 16:27 Atualizado: 20/06/2013 16:27
A polícia chinesa responde a um protesto na cidade tibetana de Serta, província de Sichuan, em 24 de janeiro de 2012. O PCC lançou uma nova campanha de mobilização política, doutrinação e vigilância, segundo documentos oficiais e a Human Rights Watch (Estudantes por um Tibete Livre)

O Partido Comunista Chinês (PCC), sob o pretexto de beneficiar as massas no Tibete, mobilizou mais de 5 mil equipes de funcionários e oficiais do regime, um total de cerca de 21 mil pessoas, numa campanha que penetra cada vila tibetana e que consiste de extensa vigilância, reeducação política e expansão da influência e dimensão do PCC na região, disse a Human Rights Watch (HRW) num comunicado.

A campanha recente é apenas um componente dos últimos três anos de promoção da “manutenção da estabilidade” no Tibete, chamada de “Solidificar as fundações e beneficiar as massas”. A mobilização visa identificar potencias deslealdades e restringir a liberdade de religião e opinião, segundo a HRW.

“É difícil ver o ‘benefício’ para os tibetanos em milhares de sessões de educação política, operações de vigilância policial e escrutínio de suas opiniões políticas”, disse Sophie Richardson, diretora da HRW China.

“Numa região onde as pessoas já estão sujeitas a uma vigilância extraordinária, essa penetração nas aldeias, juntamente com esforços semelhantes direcionados a cidades e mosteiros, de fato significa que os tibetanos não podem evitar a vigilância do Estado”, disse Richardson.

“Se o governo e o PCC são sérios sobre melhorar a vida dos tibetanos, eles devem começar com a retratação das violações contínuas dos direitos humanos, incluindo as restrições à liberdade religiosa, de expressão e de acesso à informação”, continuou ela.

Oficiais do PCC foram estacionados em grupos de quatro ou mais em cada uma das mais de 5 mil aldeias no Tibete, a um custo de cerca de 1,48 bilhão de yuanes (US$ 227 milhões) por ano, o equivalente ao valor alocado para a construção e melhoria da infraestrutura local.

Sua missão é promover a “manutenção da estabilidade” e eliminar totalmente os protestos ou manifestações da dissidência, que o regime chinês atribui a “sabotagem separatista de forças hostis e da camarilha do Dalai”, informou o comunicado da HRW.

Os três anos de atividades recentes no Tibete incluem um novo sistema de monitoramento nos mosteiros implementado em 2011, a instalação em 2012 de um sistema de vigilância reforçado semelhante à rede instalada na problemática região uigur de Xinjiang e a nova campanha para “Solidificar as fundações e beneficiar as massas”, que combinados permitem vigilância integral, repressão religiosa, maior influência do Partido Comunista e controle total e contínuo sobre a população.

“A obsessão de Pequim com a chamada ‘manutenção da estabilidade’ é uma receita para os abusos”, disse Richardson. “Com isso se pretende suprimir os direitos básicos e a liberdade de expressão dos cidadãos tibetanos para instilar o medo.”

A “manutenção da estabilidade” foi abordada pelo secretário-geral do PCC na Região Autônoma Tibetana em março de 2013 como “a prioridade máxima” no Tibete e, em fevereiro, o oficial encarregado da implementação dessas diretrizes disse a paramilitares que eles devem “reforçar a vigilância e a inteligência secreta”, segundo a HRW.

“Aprofundar a luta” contra os seguidores do Dalai Lama e “fortalecer a gestão e a educação de monges e monjas” são meios de alcançar a “estabilidade social”, segundo o relatório.

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