Um documento secreto do Partido Comunista Chinês (PCC) foi divulgado sobre o plano das forças de segurança do regime no Nordeste da China de uma campanha de repressão contra “três grupos”. Campanhas de repressão são rotineiramente realizadas por órgãos da segurança pública e frequentemente usam medidas brutais e ilegais contra seus alvos.
Os três grupos definidos no início do documento são “organizações populares de culto maligno, ativistas da Revolução Jasmim e remanescentes do Falun Gong”.
O primeiro refere-se provavelmente aos cristãos de igrejas domésticas, que exercem sua fé separadamente da igreja administrada pelo Partido Comunista; a Revolução Jasmim é um termo popular chinês que se refere à Primavera Árabe, os protestos pró-democracia de 2011; e o Falun Gong é uma prática espiritual popular que é perseguida pelas autoridades. A referência irônica a “remanescentes” é provavelmente devido ao fato de que o PCC planejava destruir o Falun Gong em 1999, no entanto, a prática persiste apesar da campanha genocida que entra em seu 14º ano.
Um advogado na China, que pediu anonimato para falar sobre o assunto politicamente sensível, disse que “a campanha secreta contra os ‘três grupos’ é uma explícita violação da Constituição chinesa”. Até agora, não houve qualquer resposta oficial sobre o documento exposto.
Uma fotografia do anúncio oficial foi postada na internet e amplamente difundida, inclusive em websites dissidentes como o Boxun. Uma nota, que acompanhava a fotografia, da pessoa que vazou o anúncio, dizia que seu objetivo era “impedir que mais [pessoas] sejam prejudicadas e aliviar minha própria consciência”.
De acordo com o documento secreto, prisões ou detenções de membros dos “três grupos” poderiam ocorrer por procedimentos legais e julgamentos. Telefonemas e e-mails seriam monitorados e parentes que ocultassem informações enfrentariam detenção administrativa.
Prêmios que variam de mil yuanes (161 dólares) a 10 mil yuanes (1.606 dólares) seriam oferecidos aos voluntários que ajudassem na campanha e policiais que participassem receberiam o dobro do salário, dizia o aviso. O Secretaria de Segurança Pública de Shandong concederia as compensações entre 4 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2018, desde que os membros-alvo dos grupos indicados fossem levados para delegacias de polícia locais.
Um advogado chinês de direitos humanos, que falou sob condição de anonimato, disse ao Epoch Times que, “Este documento serve como mais uma evidência diretamente relacionada aos crimes cometidos pelo PCC.” Muitas das ações descritas no aviso são tecnicamente ilegais, disse ele.
O advogado também disse que os praticantes do Falun Gong são provavelmente o alvo principal da repressão, devido a seus grandes esforços em expor a perseguição do PCC a sua disciplina espiritual que dura mais de 13 anos. Praticantes do Falun Gong também começaram a apelar ao público para que renunciem publicamente ao PCC, algo que na opinião deste advogado o PCC considera particularmente assustador.
Numa entrevista ao Epoch Times, a Sra. Jiang, uma praticante do Falun Gong que vive na China, disse, “Durante os 13 anos desta brutal perseguição, mais e mais pessoas tem começado a praticar o Falun Gong, incluindo meus parentes e amigos. Agora, até mesmo oficiais do regime comunista têm declarado renunciarem ao PCC.”
Sobre a maneira como o documento foi exposto, penetrando o véu habitual de sigilo do PCC e demonstrando a tendência e o sentimento público contra o regime, a Sra. Jiang disse, “Seria sensato que as autoridades chinesas parassem de perseguir o Falun Gong.”
Jin Zhentao, um comentador de assuntos políticos chineses, disse ao Epoch Times, “Com maior reconhecimento da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, as pessoas passaram a ter uma melhor compreensão da natureza enganosa e violenta do PCC.” Ele prevê que, à medida que os chineses continuem a despertar por seus direitos, o PCC entrará em colapso.
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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.