Caiado protocola representação contra Dilma por improbidade administrativa

08/03/2016 01:46 Atualizado: 08/03/2016 09:52

O Senador Ronaldo Caiado (GO) e o deputado federal Pauderney Avelino (AM), líderes do DEM, oficializaram nesta segunda-feira (7) na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma representação contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, por improbidade administrativa, em conformidade com o artigo 1º da Lei 8.492/92. As informações são da assessoria de imprensa de Ronaldo Caiado.

Por meio do documento, os parlamentares pedem que sejam investigadas, devido ao prejuízo causado aos cofres públicos, as despesas da viagem da presidente Dilma Rousseff e a utilização da estrutura do Estado para visitar o ex-presidente Lula, no sábado (5) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, com fins notoriamente político-partidários.

Dilma viajou imediatamente depois de Lula ter sido levado para depor na Polícia Federal na sexta-feira (4), como um dos investigados da 24ª fase da Operação Lava Jato. No dia seguinte, Dilma foi para São Bernardo em companhia do ministro Jaques Wagner (Casa Civil). Em seguida, a presidente foi para Porto Alegre passar o restante do final de semana com familiares.

“Dilma fez cortesia com o chapéu alheio. A sociedade jamais espera que uma presidente, na liturgia do cargo, vá prestar apoio a alguém que faz uma declaração afrontosa à Justiça e outras instituições da democracia. E usando dinheiro público, o que é mais absurdo”, protestou caiado em entrevista coletiva.

Os líderes do DEM acusam Dilma Rousseff de transformar o “suposto encontro pessoal em um verdadeiro ato político de desagravo do seu correligionário contra uma decisão da Justiça Federal”. Segundo Caiado, o desagravo foi “mais grave do que o gasto com a viagem”. “Ali ela não representava o Estado brasileiro”, disse.

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Segundo o documento, fora o deslocamento em si, Dilma Rousseff serviu-se da máquina pública – guarda-costas, motoristas, profissionais de saúde e pessoal de apoio, que estão a serviço do Estado – para fazer uma viagem “sabidamente político-partidária”. Os líderes do DEM salientam que ocorreu uma “patente mistura de suas funções institucionais com relações visivelmente privadas”. Dilma também se utilizou de aviões, helicópteros e carros oficiais para se deslocar até o apartamento do ex-presidente.

“A ida de Dilma foi uma decisão de ordem pessoal, ideológica. Impactou negativamente, pois ela, na figura de presidente, prestou apoio a uma pessoa que está sendo investigada na Lava Jato e que desrespeita decisão judicial. Depois de todos os absurdos que Lula diz, a presidente vai lá prestar solidariedade?”, pergunta o democrata.

Os parlamentares solicitam que Dilma faça ressarcimento aos cofres públicos do valor gasto com os deslocamentos.

“O deslocamento dela para fins pessoais é permitido, mas não vamos confundir os sinais. Uma coisa é ter a convivência da família, outra é ir prestar solidariedade a alguém que está sendo investigado pela Justiça do seu país”, completou.

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Incitamento

Além da representação, o senador Caiado também manifestou seu repúdio contra a atitude da presidente em validar as provocações feitas recentemente por Lula para que a militância vá às ruas em um confronto com as instituições da democracia.

“Pior foi sua atitude de aparecer com Lula incitando a militância, estimulando comportamento de confronto, desobediência civil e desrespeito às normas jurídicas. Ao sinalizar, está dizendo para as pessoas para ir às ruas, para o enfrentamento, para a queda de braço. Dilma contribui para uma crise que não tem como reparar”, concluiu.

Clique AQUI para ver o texto da representação de Caiado.

Assista ao vídeo da entrevista de Caiado à imprensa na PGR.