Não é preciso fazer levantamento que date os primórdios de sua criação, para saber que o patrimônio da Petrobras pertenceu sempre a vivaldinos e vivarachos que sabem e souberam dominá-la em todos os seus ramos e derivações. O Brasil é um país de governantes canalhas que nunca tiveram projeto para o seu desenvolvimento e o de seu povo, dirigentes que têm sempre agido como senhores de escravos.
Quem tiver dúvidas a respeito que busque se informar acerca do “japonesinho” do Geisel, Shigeaki Ueki, ex-presidente da estatal e que vive hoje no Texas com os seus filhos, detentor de uma das maiores fortunas do planeta. Shigeaki carregou tudo que foi possível daquela empresa, à época em que o regime militar (1964-85) mandava ainda e desmandava, embora já observássemos os primeiros passos de sua derrocada.
Na gestão FHC (1995-2003), sua excelência fez David Zylbersztajn, seu genro, presidente da estatal petrolífera. Mas foi durante a administração Henri Reichstul que tentaram mudar o nome para “Petrobrax”, com os meios de comunicação garantindo que ela seria privatizada, o que causou impressionante revolta nacional. À frente dos protestos esteve sempre o PT, impedindo qualquer ação nesse sentido.
Hoje, está se sedimentando a ideia e a certeza, através de provas incontestáveis, que o PT na realidade desejava mesmo a manutenção de todo esses órgãos no país, pois pretendia montar o maior aparelhamento estatal de que já se teve notícia, com os seus integrantes saqueando e roubando os bens públicos a céu aberto. O mensalão petista não passa de roubo de galinha diante do agora descoberto rombo da Petrobras.
Mas não é só isso: a única maneira de se tomar consciência do roubo praticado é com a denúncia de pessoas de dentro, como ocorre com o ex-diretor de comercialização da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e como ocorreu com a delação efetuada pelo então presidente nacional do PTB, ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ). É impossível tomar conhecimento de tantos detalhes sem que haja participação direta nos crimes.
Mais: a denúncia do roubo da Petrobras, sem nenhuma dúvida sob a chefia do então presidente Lula da Silva (como ficou bem claro no então mensalão), só está sendo possível por conta da ação direta do então ministro Joaquim Barbosa (STF), que conseguiu a custo a condenação dos réus com a sua relatoria. Sem a presença de Joaquim Barbosa, a descoberta do roubo da Petrobras não teria sido possível!
No chamado mensalão, quem está pagando o pato é o “empresário” mineiro Marcos Valério, condenado a mais de quatro dezenas de anos, como se tivesse partido dele a ideia e como se tivesse agido sozinho. Foi ameaçado de morte, teve filhos e família ameaçados, recolhendo-se convenientemente a silêncio obsequioso, porque partiu do pressuposto de que ninguém no Brasil sofre qualquer punição e os peixes graúdos iriam salvá-lo no momento necessário. Apostou errado.
O problema é que apareceu Joaquim Barbosa que lutou batalhas gloriosas, contra Lewandowskis e simpatizantes, fechando com chave de ouro sua participação no caso e se desligando no momento certo quando o ambiente hostil começava a lhe causar terríveis males. O ministro relator sofreu agressões verbais e ataques de todos os lados, com a persistência inclusive da tentativa e desconstrução de sua imagem, mas permaneceu de pé.
Agora, no caso Petrobras, certamente Paulo Roberto Costa foi confrontado com o mensalão e lembrado de Marcos Valério, o único a sofrer pena rigorosa. E resolveu cantar a pedra, pois controlava quase duas mil contas, desviando bilhões e bilhões de reais para o exterior. Mas falta ainda: falta Lula da Silva contar o financiamento de portos como o de Cuba e o perdão de dívidas de países africanos. Quanta roubalheira, que país de patifes!
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