O que os cães têm que o ser humano não? Harry Truman, ex-presidente dos Estados Unidos, disse uma vez, “Se você quer um amigo em Washington, arranje um cachorro.”
Mas a amizade não é a única virtude de um cão. O nariz de um cão possui 220 milhões de células capazes de detectar odores, comparadas a apenas 5 milhões de células dos humanos. E apesar de nenhum cão ter se graduado na Escola de Medicina de Harvard, eles podem muitas vezes superar os médicos no reconhecimento de doenças graves.
Em 1989, o jornal inglês Lancet reportou que uma fêmea mestiça da raça Border Collie foi de fato a melhor amiga de uma mulher. Seu cão frequentemente cheirava uma pinta em sua coxa, mas ignorava outras pintas. O fato é que o cão já tinha tentado morder a pinta, quando a dona usava shorts. A mulher foi a um médico para diagnosticar a pinta e descobriu que se tratava de um tumor maligno.
Desde 1989, um crescente número de evidências tem mostrado que cães conseguem diferenciar um pedaço de pele normal de um com câncer. Por muitos anos é conhecido que os tumores exalam pequenas quantidades de alcanos e benzenos, substâncias não presentes em tecidos de pele normal. E cães são capazes de detectar e separar tais odores.
O Dr. Larry Meyers, professor da Universidade Veterinária de Auburn, em Auburn, Alabama. Testou a capacidade olfativa de 4 mil cães por 20 anos. Ele disse que o sentido olfativo de um cão é tão sensível que ele pode detectar um único componente químico ou uma combinação deles.
Meyers acrescentou dizendo que existe um mito sobre a habilidade dos cães de São Humberto em localizar criminosos. Ele alega que se poderia dar aos cães de São Humberto uma função por dinheiro e que, mesmo entre a mesma raça, há uma enorme variabilidade na sensibilidade olfativa.
Mas cães são mais espertos que médicos? Num estudo, amostras de tecidos com melanoma foram obtidas de dois centros de pesquisa diferentes. Um cão Schnauzer foi então treinado para reconhecer o tecido contendo propriedades cancerígenas. Depois foi treinado para descobrir a amostra de melanoma colocada entre outras amostras em 10 recipientes. O cão estava certo 99% das vezes.
Então, como é o desempenho dos médicos em descobrir melanomas malignos? Um estudo mostrou que dermatologistas, cirurgiões e cirurgiões plásticos estavam certos apenas 66% das vezes!
E é por isso que não estou exagerando quando digo que eu preferiria ter um cão farejador bem treinado para cheirar minha pinta do que um graduado em Harvard. 1% de erro é mais seguro e chamativo do que os 34% dos médicos, principalmente quando um diagnóstico desses pode custar a minha vida.
Mas se um cachorro pode detectar melanoma, por que não pode detectar outros tipos de câncer? Um estudo publicado no Jornal de Terapias Integrativas para o Câncer mostrou que a extraordinária habilidade olfativa de um cão pode distinguir pacientes que possuem câncer no pulmão e no peito, tanto em estágio inicial como já desenvolvido. O estudo foi conduzido pelo Dr. Michael McCulloch da Fundação Pine Street em San Anselmo, e Tadeus Jeziersk da Academia de Ciências Polonesa, do Instituto Genético e Procriativo de Animais.
Cinco labradores e dois cães d’água portugueses foram emprestados pelos donos dos cães-guias para cegos. Foram necessários apenas três semanas para treiná-los a diagnosticar câncer de pulmão e de peito.
Os cães foram treinados da mesma maneira que se treina para detectarem bombas. Os pesquisadores coletaram amostras em tubos plásticos de 55 pacientes que foram diagnosticados com câncer no pulmão, de 33 pacientes com câncer no peito, e de 83 voluntários que não possuíam câncer.
Os cães identificavam as amostras com câncer deitando-se em frente a elas. Eles estavam certos 99% das vezes, ganhando um prêmio por identificar o câncer. O relatório não relatou que prêmio foi dado aos cães. Mas se eles conseguissem diagnosticar um câncer em estágio inicial que pudesse ser curado, tenho certeza que a gratidão dos pacientes os recompensaria com o melhor bife que o dinheiro pode comprar.
Essa habilidade dos cães é incrível quando se considera que os métodos de diagnóstico de hoje não chegam perto do sucesso dos cães. Além disso, os cães demonstram outra vantagem. Eles não expõem os pacientes à radiação ao fazer o diagnóstico.
Então, desculpe-me doutor, mas eu prefiro a indicação de um cão.
O Dr. Gifford-Jones é um jornalista médico e exerce a medicina numa clínica particular em Toronto, Canadá. Seu website é DocGiff.com. Ele pode ser contatado em Info@docgiff.com