Caças chineses seguem jatos dos Japão e EUA

02/12/2013 12:58 Atualizado: 02/12/2013 12:58

A China enviou dois caças para seguir aviões americanos e japoneses em 28 de novembro, quando passaram por águas internacionais que a China tenta reivindicar.

O porta-voz do Ministério da Defesa da China, o coronel Shen Jinke, disse em 29 de novembro que os caças identificaram dois aviões americanos e 10 aviões japoneses, segundo a Voz da América.

Um editorial da mídia estatal chinesa Global Times disse: “Se os EUA não forem longe demais, não os visaremos para salvaguardar nossa zona de defesa aérea”, mas responderam militarmente “sem hesitação” se o Japão entrar na alegada zona de defesa aérea.

“Estamos dispostos a nos envolver num confronto prolongado com o Japão”, afirmou o Global Times. Acrescentando que “provavelmente haverá” enfrentamentos entre a China e os Estados Unidos, e que a China tem uma “tarefa urgente” para “treinar sua força aérea para fazer uma preparação completa para potenciais conflitos”.

Enquanto aviões militares dos EUA ignorarão as advertências chinesas; em 29 de novembro, as companhias aéreas comerciais norte-americanas foram aconselhadas a notificar as autoridades chinesas se pretendem passar pela região disputada.

A China estabeleceu uma Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) no Mar do Leste da China em 23 de novembro. A zona engloba águas internacionais compartilhadas pela Coreia do Sul, Japão, Taiwan e China continental inclusive as ilhas Senkaku de propriedade japonesa, mas reivindicadas pela China.

A China está exigindo que todos os aviões que passem pela região alertem as autoridades chinesas e mantenham contato por rádio, e ameaçou medidas militares de emergência contra qualquer um que os desafie.

No entanto, os Estados Unidos e seus aliados anunciaram que ignorarão as ameaças da China e que não reconhecem a zona de defesa aérea. Logo após o anúncio da ZIDA da China, os Estados Unidos voaram dois bombardeiros B-52 nas águas internacionais. Japão e Coreia do Sul também voaram aviões militares pela região pouco depois.

“A liberdade de sobrevoo e outros usos legais do mar e do espaço aéreo internacionais são essenciais para a prosperidade, estabilidade e segurança no Pacífico”, disse um comunicado de 29 de novembro do Departamento de Estado dos EUA.

A mídia estatal Diário do Povo Online informou que a China dedicou vários aviões para patrulhar a região. Além de caças, a China também tem planos para rastrear e monitorar aeronaves estrangeiras. A publicação citou o porta-voz da força aérea chinesa, o coronel Shen Jinke, dizendo que tomariam medidas necessárias contra qualquer ameaça na região disputada.

As ilhas Senkaku, chamadas ilhas Diaoyu pela China, fazem parte do arquipélago Ryukyu, que têm estado em posse do Japão desde 1895, foi controlado pelos EUA após a 2ª Guerra Mundial e foi devolvido ao Japão em 1972. As ilhas Senkaku tinham um proprietário privado, mas foram compradas pelo Japão em abril de 2012.

O anúncio da ZIDA da China ocorre em meio a crescentes tensões entre China e Japão sobre as ilhas Senkaku. ‘Veículos aéreos não tripulados’ (drones) chineses entraram várias vezes no território japonês e, no mês passado, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe deu ordens para abater os drones se eles se recusarem a deixar o espaço aéreo japonês.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês Geng Yansheng disse que seria um ato de guerra se o Japão derrubasse um drone chinês.

O vice-presidente americano Joe Biden deve discutir sobre a zona de defesa aérea da China com o líder chinês Xi Jinping esta semana. Um alto funcionário do governo americano disse numa conferência de imprensa em 27 de novembro que Biden “deixará claro que os Estados Unidos têm um compromisso sólido com seus aliados”.