Caçadores de minerais amadores encontram mármore, quartzo e ouro na Suécia

17/07/2013 12:51 Atualizado: 17/07/2013 12:51
Formação rochosa no Parque Nacional Koster, Suécia. Caçadores de minerais amadores da Suécia alertam a agência geológica do governo sobre formações locais que sinalizam recursos valiosos durante uma competição anual. Amostras estão disponíveis para análise de exploradores estrangeiros e o público (Thomas Eliasson/SGU)

A Suécia abriga o maior arquivo aberto de amostras de perfuração do mundo e é um centro de atividade para “caçadores de minerais” amadores. O país rico em minerais tem uma abordagem coletiva incomum para mapear seus recursos minerais.

Na Secretaria de Informação de Recursos Minerais no extremo norte da Suécia, todos os cidadãos, bem como exploradores estrangeiros, podem acessar os mapas e investigar amostras recolhidas em pesquisas do governo. A secretaria faz parte do Serviço Geológico da Suécia (SGU), que iniciou suas operações em 1858 e tem acumulada uma riqueza de materiais.

O geólogo Johan Soderhielm diz que este tipo de arquivo existe na Noruega e na Finlândia também, “mas não há arquivo deste tamanho em qualquer outro lugar no mundo”.

A Secretaria de Informação de Recursos Minerais está localizada numa área conhecida por seus ricos depósitos de metais básicos e ouro. O arquivo contém amostras de quase 19 mil perfurações, a mais antiga datada do final do século 19. Todas essas amostras pertencem ao governo sueco – em outras palavras, ao povo sueco – então, a ideia é que todos os cidadãos devem ter acesso a elas, disse Soderhielm.

A Suécia tem uma longa história de mineração e exportação de minerais e metais, com a primeira organização de mineração formada em 1637. Em 1992, o governo sueco decidiu atrair investidores estrangeiros, permitindo-lhes fazer a prospecção.

Se uma empresa está interessada num determinado mineral, pode investigar as amostras de qualquer área da Suécia, em vez de obter suas próprias amostras. A empresa pode levar parte da amostra para fora do país para análise. A única exigência é que envie os resultados de volta para o arquivo, onde ficarão disponíveis para o público em geral.

A cidade de Kiruna, extremo norte da Suécia, outrora um centro lucrativo de mineração de ferro. Amostras estão disponíveis para qualquer caçador de minerais interessado em analisá-las e o governo realiza competições para os cidadãos enviarem amostras de rocha, o que resulta num mapeamento coletivo dos recursos (Sven Nackstrand/AFP/Getty Images)

Hobby de caçador de minerais

Mas não apenas especialistas pesquisam nos arquivos abertos de minerais. Caçadores de minerais amadores são de todas as idades, disse Leif Blidstrom da SGU. Ele é responsável pela competição de caça por mineral da SGU, chamada Mineraljakten. “Eu tive dois caçadores de minerais que tinham mais de 90 anos me enviando amostras”, disse ele.

A competição costuma ocorrer apenas no norte da Suécia, mas este ano será aberta para toda a Suécia. Os participantes devem ser amadores, no entanto. Blidstrom nunca ouviu falar de uma competição semelhante em outro lugar. “Certificamo-nos de que a competição tenha o mais amplo espectro de participantes. Jovens e crianças também podem participar”, disse ele.

Os caçadores enviam amostras de rochas que julgam ser de interesse. A SGU descobriu em suas experiências passadas que cerca de 10% valem uma análise posterior. Blidstrom visita os sítios das descobertas mais interessantes. “Desta forma, podemos ver como a área [onde a amostra foi encontrada] realmente se parece. Muitas vezes, os caçadores de minerais não encontraram a melhor amostra por lá”, disse ele. E Blidstrom avalia se pode haver mais do mineral na região.

Uma análise mais aprofundada por vezes tem rendido resultados surpreendentes. Ouro pode ser encontrado em tipos inesperados de rocha e metais de terras raras também podem aparecer na análise, já que não são visíveis a olho nu.

Os caçadores de minerais identificaram áreas que realmente podem ser exploradas, especialmente quando se trata de tipos de rocha como mármore e quartzo. Tais descobertas já geraram oportunidades de trabalho, mas a entrada de concorrência também fornece muita informação valiosa.

“Pessoas em seus setenta anos são fantásticas”, disse Blidstrom. “Quando o outono se aproxima, eu planejo minhas visitas aos sítios, mas eles já estão planejando para o próximo ano. Eles nunca ficam parados!”

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