Busca pela felicidade: aquietando a mente

01/11/2013 19:02 Atualizado: 01/11/2013 15:28

Psicólogos ocidentais têm confirmado o que os Budistas orientais já sabem há séculos: que o excesso de pensamentos é um dos maiores inimigos da felicidade. Porque nossa mente é demasiadamente ativa?

Bem, a inquietação da mente não é algo exclusivo do nosso tempo, mas o mundo tem se tornado mais complexo, e a quantidade de informações que recebemos a cada dia cresceu exponencialmente, fazendo com que nossas mentes fiquem cada vez mais submersas em um ciclo vicioso de pensar que é difícil de escapar.

A meditação pode guiar a mente para fora deste ciclo, mesmo que seja brevemente, ao limitar a quantidade de estímulos externos que estamos expostos. É de se esperar que os nossos cérebros continuem gerando pensamentos internos, mesmo quando os estímulos externos são reduzidos.

No entanto, com tempo e prática, eventualmente o cérebro começa a se acalmar, dando-nos a chance de experimentar momentos de serenidade que seriam improváveis de acontecer se simplesmente seguíssemos nossas vidas normais.

Costumo lembrar aos meus clientes que a meditação pode ser difícil, porque é algo contrário à forma como o mundo funciona; é, em certo sentido, de outro mundo. Sendo assim, provavelmente teremos que aceitar isso a fim de ajudar a mente a pensar menos, temos que “deixar o mundo”, num sentido simbólico ou literal, como um pré-requisito.

Com isso em mente, eu ofereço este simples exercício:

1. Vá para um lugar onde você se sinta muito diferente de sua vida diária, e que seja relativamente desprovido de atividades, para que os seus sentidos primários (audição, visão e olfato) estejam autorizados a descansar. Algumas sugestões incluem uma casa de oração, praia ou um quarto silencioso em um museu ou biblioteca.

2. Uma vez lá, feche os olhos e acompanhe sua respiração meditativa, profunda e diafragmática. Para os primeiros 10 minutos, observe onde seus pensamentos vagueiam, aceitando que eles podem inicialmente ir a extremos para compensar a falta de informação externa.

3. Para os próximos 10 minutos, se você ainda se encontrar com excesso de pensamentos, gentilmente diga aos seus pensamentos que você aprecia a sua presença, mas está pedindo para ficarem quietos por algum momento.

4. Após vinte minutos decida se você gostaria de ficar neste estado sentado e respirando ou se você já está pronto para sair. Se você for sair, tome um momento para primeiro ver como você está se sentindo.

5. Por último, sussurre ou fale em voz alta uma promessa a si mesmo de que vai voltar dentro de um mês para este ou outro lugar tranquilo, para se sentar e respirar de novo. Uma nova pesquisa afirma que as pessoas ficam mais propensas a seguir com uma meta quando falam isso em voz alta ou sussurram para si mesmo, ao invés de simplesmente dizer silenciosamente em sua cabeça. Se você puder retornar com mais frequencia, isso é ótimo, mas pelo menos se dê a permissão de fazê-lo uma vez ao mês.

A inspiração para esta coluna veio de um questionário publicado no site da APA Monitor, realizado pela psicóloga Sonja Lyubomirsky, autora do livro “O como da felicidade: Uma abordagem científica para começar a vida que você quer” (“The How of Happiness:  A Scientific Approach to Getting the Life You Want”).

Dra. Wylie Goodman é psicóloga clínica e trabalha via Skype e pessoalmente em seu escritório em Nova York. Sua especialidade é integrar abordagens budistas para o bem-estar mental com metodologias ocidentais baseadas em teorias cognitivo-comportamentais e existenciais

www.east-westpsychotherapy.com