Brutalidade policial em 4 de junho provoca marcha de milhares em Pequim

11/06/2012 13:00 Atualizado: 11/06/2012 13:00

Um policial verifica a identidade de um visitante em Tiananmen, Pequim, em 1º de março de 2009. (Peter Parks/AFP/Getty Images)Milhares de manifestantes desfilaram da estação Ferroviária do Sul de Pequim em direção à Praça da Paz Celestial (Tiananmen) gritando slogans na manhã de 4 de junho e exigindo que as autoridades identificassem os criminosos que espancaram brutalmente um peticionário. A polícia seguiu os peticionários a cada passo do caminho, mas não os interrompeu até às 11 da manhã.

Jin Yuehua, um peticionário de Shanghai, disse à Rádio Som da Esperança (SOH) que o desfile de protesto foi desencadeado após o peticionário Shao Zhenqing de Shanghai ser severamente açoitado com correntes de ferro pela polícia de Pequim na estação Ferroviária do Sul de Pequim. Quando são injustiçados, pessoas de toda a China muitas vezes vão a Pequim apelar aos altos órgãos do regime chinês.

“Quando um de nossos peticionários de Shanghai, Shao Zhenqing, estava dormindo na estação Ferroviária do Sul de Pequim, ele foi severamente açoitado pela polícia com correntes de ferro. Seu rosto inteiro estava coberto de sangue e seus ferimentos são tão graves que ele não pode sequer beber água sem ajuda. Agora, nós e outros peticionários de todo o país estamos trazendo-o conosco numa bicicleta”, disse a Sra. Yuehua.

Durante o desfile, os peticionários repetidamente gritavam slogans exigindo que os responsáveis fossem identificados, gritando, “Abaixo a corrupção! Puna severamente os responsáveis! Abaixo a corrupção! Puna severamente os responsáveis!”

Ao meio-dia, a SOH soube que o peticionário ferido foi enviado a um hospital, enquanto todo o resto dos peticionários foi forçado a retornar a vila de Jiujing, que atua como um centro de acolhimento para peticionários em Pequim. Dezenas de milhares de manifestantes são detidos na vila, que consiste de pequenas salas e galpões, cada um com capacidade para até 500 pessoas.

Peticionários registram-se no centro, mas nenhum material de petição é aceito lá. Peticionários são muitas vezes colocados em prisão domiciliar no centro. Uma vez dentro, os peticionários não estão autorizados a sair até que sejam levados de volta para suas cidades natais pelas respectivas autoridades locais.