Em 2013, Dilma Rousseff encerrou o seu discurso comemorativo ao dia do Trabalho com a seguinte “mensagem”:
“Para encerrar, faço um chamamento decisivo a você, trabalhador, e a você, trabalhadora: a educação não é apenas um dever do Estado e um direito do cidadão. É também tarefa da família e responsabilidade de todos, sem exceção. A educação começa com você. Todos têm que procurar a educação por seu próprio desejo, e lutar pela educação com sua própria força. Somente sua força de vontade vai fazer você descobrir tempo e meios para educar-se. Somente sua atenção como pai, como mãe vai estimular seu filho na escola. Somente sua dedicação de mestre fará você, professor, superar as dificuldades que enfrenta. Somente a pressão de todos vai fazer os governos, as empresas, as igrejas, os sindicatos, em suma, toda a sociedade trabalharem ainda mais pela educação.
Somente assim poderemos gritar, em uma só voz, uma nova marca de fé e amor para nosso país.
Poderemos gritar, do fundo do nosso coração: Brasil, pátria educadora!
Viva o Brasil! Viva a trabalhadora! Viva o trabalhador brasileiro!
Obrigada e boa noite.”
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O slogan estilo chavista bolivariano não combina com as ações de Dilma Rousseff, que aposta apenas em programas cosméticos como o Pronatec com os seus cursinhos de 160 horas e no Ciência sem Fronteiras, um verdadeiro programa de intercâmbio turístico sem controle e sem avaliação.
Aécio Neves tinha um programa consistente e pode, agora, cobrar que seja implementado. E deve cobrar imediatamente, apresentando propostas efetivas para que o slogan não vire apenas uma cortina de fumaça diante da falência da educação brasileira.
É preciso melhorar o salário inicial dos professores, dobrando a complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb); criar incentivos para que alunos concluintes do ensino médio com os melhores desempenhos ingressem no mercado, mecanismo que poderá ser por pontuação no vestibular ou Enem; e, por fim, manter os benefícios aos professores por meritocracia, mas vinculados ao desempenho geral da rede e não ao individual do professor.
É preciso cobrar de Dilma a implantação da escola de tempo integral, criando infraestrutura para isso, iniciando nas periferias das grandes cidades, com uma meta de atingir um milhão de alunos em locais onde se tem os maiores problemas com violência e abandono escolar.
O governo deve assumir um amplo programa de modernização das escolas, com instalação de bibliotecas e adequação térmica para o verão, além de instalar conexão wi-fi para todos os estudantes. O Brasil tem 100 mil escolas sem as mínimas condições de funcionamento e sem apoio algum da gestão petista.
É preciso incentivar a expansão da educação superior privada, porque é ela que garante o FIES e o Prouni. O ensino superior brasileiro, 75% é privado, e 50% desse percentual é subsidiado pelo governo federal por meio desses programas. Passamos de 2 milhões de alunos no ensino privado e hoje temos 6 milhões.
É preciso reformular o currículo do ensino médio, fazendo com que os alunos estudem linguagem e raciocínio matemático e depois escolham as áreas que querem aprofundar. É preciso quebrar a espinha da esquerda, pois os sindicatos de professores temem perder aulas na mudança das disciplinas. É preciso eliminar o ensino noturno para 3 milhões de menores de 16 anos que não trabalham, migrando estes alunos, com bolsa, para o ensino diurno.
Por fim, no ensino técnico é preciso acabar com a patifaria do Pronatec, fazendo com que o ensino técnico forme profissionais que o mercado de trabalho está demandando. Basta fazer uma pesquisa para descobrir a ineficiência do Pronatec. Aliás, por que o PSDB ainda não fez isso?
Dilma lançou um slogan que é um tiro no pé. A oposição precisa cobrar 24 horas por dia os 10% aplicados em educação, a melhoria do salário dos professores e a recuperação da infraestrutura em todo o país. A educação do Brasil está falida. Não somos uma pátria educadora. Somos uma pátria de analfabetos funcionais.