O governo da petista Dilma Rousseff vai repassar R$ 5,3 bilhões – através do BNDES – à empreiteira Odebrecht para construir a linha 5 do metrô de Caracas, capital venezuelana. O dinheiro do BNDES vem do Tesouro Nacional que é alimentado pelo contribuinte brasileiro.
Em meio a uma crise de energia sem precedentes no país e em busca de fontes alternativas para evitar um racionamento, o governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. O Ministério de Minas e Energia está nas tratativas finais para viabilizar a negociação, segundo Estadão.
Recentemente o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, assumiu a paralisação da economia brasileira, que para analistas financeiros deixa o país perto da recessão, sendo uma das piores crises econômicas dos últimos 20 anos.
O setor público fechou 2014 com saldo negativo de 32,5 bilhões de reais, e o governo fará o ajuste fiscal para reequilibrar as contas que ele mesmo estourou, aumentando assim os impostos. O efeito colateral será que o custo de vida da população e o custo da produção de bens e serviços se tornem mais caros.
Um reflexo disso é o péssimo desempenho das exportações brasileiras nos últimos 3 anos e a perda de mercado para outros países, que estão conquistando o espaço do Brasil, especialmente na Argentina, caso mais dramático, onde a participação brasileira sofreu redução de 25%, enquanto a participação da China recuou apenas 5% e da América do Norte 4%.
Com a falta de recursos, o governo paralisou programas sociais como o “Minha Casa, Minha Vida” e investimentos em infraestrutura (PAC). No PAC 2 somente 22,6% de obras da saúde foram concluídas, segundo Contas Abertas.
A Odebrecht atua na Venezuela desde 1992 e foi responsável por três linhas do metrô da capital venezuelana, além de outras obras no país, como o “bondinho” de Caracas, do período Hugo Chavéz.
A empresa está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, conhecido como Petrolão, liderado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Em editorial publicado no domingo (22), o jornal “Financial Times” destaca a crise econômica vivida pelo Brasil, com demonstrações de descontentamento — em relação à fraqueza da economia, à escassez de água e à corrupção na Petrobras — e queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff ao seu menor nível, 7% a 13%, enquanto o Planalto culpa fatores externos pelas mazelas: “Parece que ainda ontem o país estava com a bola toda. Mas sua queda tem sido espetacular. Infelizmente, a situação deve ficar ainda pior. A questão central é se as instituições do Brasil vão se manter”, segundo matéria.