Brasil e EUA anunciam medidas para fortalecer seus laços

10/04/2012 03:00 Atualizado: 10/04/2012 03:00

A Presidente Dilma Rousseff e o Presidente Barack Obama dos Estados Unidos reúnem-se no Salão Oval da Casa Branca, em Washington DC, em 19 de abril de 2012. Os dois discutiram uma ampla gama de temas com a intenção de fortalecer os laços entre os dois países. (Chip Somodevilla/Getty Images)Os Estados Unidos e o Brasil anunciaram na segunda-feira uma série de medidas para reforçar os laços entre as duas nações, enquanto o dínamo econômico da América do Sul continua a estabelecer sua presença global.

O Presidente Barack Obama e a Presidente Dilma Rousseff reuniram-se segunda-feira na Casa Branca. Eles lançaram uma declaração descrevendo iniciativas que incluem o aumento do comércio, uma maior cooperação de defesa, e intercâmbios mais fortes na educação, turismo e tecnologia.

O Brasil, sexta maior economia do mundo, é responsável por mais de 60% do PIB total da América do Sul. Ele também é um dos componentes do BRIC, sigla do grupo de países compostos pelo Brasil, Rússia, Índia e China, considerados num estágio similar de desenvolvimento econômico. O Brasil também será anfitrião da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.

Dando as boas vindas a Dilma Rousseff em sua primeira visita presidencial aos Estados Unidos, o Presidente Obama disse que os dois países têm feito “enormes progressos” em seu relacionamento. Ele observou níveis recordes de comércio, com a expansão dos contatos pessoais, e a elevação do Brasil a um ator mundial em petróleo e gás.

“A boa notícia é que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos nunca foi tão forte, mas temos sempre melhorias ainda maiores que podem ser feitas. E eu me sinto muito feliz por ter um parceiro capaz e previdente como a Presidente Rousseff”, disse ele.

O Brasil é o oitavo maior parceiro comercial dos EUA, com mercadorias e serviços norte-americanos exportados para o Brasil totalizando 63 bilhões de dólares, segundo dados do governo dos EUA.

Numa breve resposta, Dilma Rousseff afirmou os comentários do Presidente Obama dizendo que o relacionamento bilateral era importante para o Brasil, especialmente com a incerteza da crise financeira global.

Ela observou que, dada a flexibilidade inerente à economia dos EUA, a liderança dos EUA em inovação, e a base democrática do país, os “Estados Unidos são de fato uma peça-chave e [tem] papel muito importante na contenção dos efeitos da crise, mas também em garantir a retomada adequada da prosperidade”, disse ela.

Rousseff observou o alto nível de comércio entre os dois países, incluindo os interesses estratégicos de petróleo e gás, e de parceria em biocombustíveis.

No entanto, ela também levantou preocupações para Obama sobre a política norte-americana de expansão monetária.

“Essas políticas monetárias expansionistas […] levam a uma depreciação do valor da moeda nos países desenvolvidos, prejudicando assim perspectivas de crescimento nos países emergentes”, disse ela.

Sem abordar essa questão, o presidente anunciou num comunicado melhor tempo no processamento de vistos para os brasileiros. Entrevistas pessoas devem ser dispensadas para crianças menores de 16 anos e idosos acima de 66, e para qualquer renovação de visto no prazo de quatro anos da última data de expiração.

Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, havia anunciado previamente planos para abrir dois novos consulados em Belo Horizonte e Porto Alegre. O Departamento de Estado norte-americano também aumentará o investimento em seu corpo diplomático no Brasil em 40 milhões de dólares.

O Brasil agora ocupa a posição de quarta maior fonte de visitantes estrangeiros, com 1,5 milhões de visitas aos Estados Unidos em 2011, um aumento de 26% desde 2010. Nos dois primeiros meses de 2012, o processo de visto subiu 57% em relação ao mesmo período do ano passado.

A maior facilitação no acesso a vistos satisfez particularmente Rousseff. Sua iniciativa Ciência Sem Fronteiras incentiva jovens brasileiros a estudar ciências, tecnologia, engenharia e matemática nas escolas de pós-graduação norte-americanas.

Cerca de 5.000 estudantes já chegaram, de acordo com Johanna Mendelson Forman e Stephen Johnson do Programa das Américas do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington DC.