Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o Brasil continua, pela quinta vez, sendo o última colocado na lista de países que melhor aplicam os tributos em melhoria de qualidade de vida de suas populações. A conclusão consta de estudo que compara países com maior carga tributária (impostos) em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e verifica se o que é arrecadado por estas nações volta aos contribuintes em serviços de qualidade.
Estados Unidos, Austrália e Coréia do Sul ocupam, respectivamente, as primeiras colocações do ranking. O Brasil está em 30° lugar, atrás da Argentina (24°) e do Uruguai (13°), quando se analisa o retorno de tributos em qualidade de vida para a sociedade. A lista foi feita com base na carga tributária de 2012, quando a arrecadação brasileira foi de R$ R$ 1,597 trilhão, 36,27% do PIB de R$ 4,4 trilhões, diz o estudo.
O indicador de retorno (Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade) é resultado da soma de outros dois parâmetros usados pelo IBPT: a carga tributária em relação ao PIB (soma das riquezas de um país), com ponderação de 15% do índice, e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) calculados com base sobre educação, renda e saúde e que serve para medir o grau de desenvolvimento econômico. Esse indicador tem peso de 85% na composição do IRBES.
A Receita Federal informou que não comentaria o assunto. Para o Fisco, a carga tributária do Brasil em 2012 foi de 35,85%. O resultado de 2013 ainda não foi divulgado.
Os percentuais do IBPT e da Recita são diferentes porque o instituto considera no cálculo os valores pagos com multas, juros e correções, contribuições e custas judiciais. Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, o estudo reforça e mostra a necessidade de cobrar dos governos de todas as esferas- federal, estadual e municipal – a melhor aplicação dos recursos pagos pelos contribuintes.
“Os brasileiros foram às ruas recentemente em protestos em que as faixas também mostravam a insatisfação com a elevada carga tributária e o pouco retorno em qualidade de vida”, diz Olenike.