O Brasil conseguiu apoio dos países que participaram na maior conferência de comércio de vida selvagem do mundo, a CITES. Com isso, as propostas reivindicadas pelo Brasil para incluir espécies ameaçadas de superexploração no setor pesqueiro foram aprovadas. A Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) ocorreu em Bangcoc, na Tailândia, desde 3 de março e terminou hoje (14).
De agora em diante, os tubarões de galha branca oceânico, martelo e sardo e espécies de raia do gênero Manta fazem parte do Anexo II da CITES, o qual inclui espécies que necessitam de controle de sua comercialização, caso contrário podem se tornar ameaçadas de extinção.
Essas espécies são exploradas pelo setor pesqueiro em nível mundial devido ao alto valor de suas barbatanas no mercado para produção de alimentos e iguarias com sua cartilagem, que são exportadas principalmente para a Ásia. Estima-se que o comércio de barbatanas seja responsável por matar entre 26 a 73 milhões de tubarões por ano no mundo.
“A partir de agora, elas [as espécies de tubarões e raias] terão de ser comercializadas com autorização da CITES e as evidências terão que provar que foram coletadas de forma sustentável e legal”, informou o comunicado da CITES.
Monica Brick Peres, gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros (GBA) da Secretaria de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, que esteve no evento na delegação brasileira, explica que a inclusão das espécies de tubarões e raias no Anexo II é importante para reduzir a pressão sobre elas em nível global.
“Essas espécies foram incluídas nos Anexos II da CITES para controlar adequadamente o mercado internacional de seus produtos e evitar que esse mercado leve essas espécies à extinção”, explicou a analista ambiental. “As medidas tomadas pelo Brasil são muito importantes, porque o Brasil representa uma grande porção dos oceanos. Proteger as espécies aqui, tem uma grande importância para elas em todo o mundo”.
Ela acrescenta que essas espécies de tubarões e raias são importantes para o ecossistema, e a saúde delas é importante para a saúde da vida nos oceanos. “Nós podemos e devemos ser uma liderança mundial de conservação desse grupo de animais. Eles são biologicamente sensíveis, ecologicamente importantes, seres extremamente interessantes, com alto valor para ciência, para biotecnologia e merecem todo nosso respeito e admiração”, complementa.
Uma instrução normativa sobre o tubarão de galha branca oceânico (Carcharhinus longimanus) foi publicada nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial da União proibindo a pesca e a comercialização, entre outras atividades.
Em outros países, a preocupação com a diminuição dessas espécies marinhas tem gerado ações para prevenir e proibir sua exploração. Na União Europeia, por exemplo, foi banida a prática de cortar as barbatanas dos tubarões antes de jogá-los de volta ao mar para morrer desde novembro do ano passado.
A CITES, da sigla em inglês ‘Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora’, é um acordo internacional assinado por 176 nações com o objetivo de debater alternativas para reduzir os problemas causados pelas extinções em massa e perda de biodiversidade no mundo. Esta foi a 40ª edição da CITES.
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