O desmatamento da floresta amazônica têm aumentado. Segundo dados recentes publicados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no período de agosto de 2012 a junho de 2013, o desmatamento na Amazônia Legal totalizou 1.838 quilômetros quadrados. O Pará foi o principal responsável por estes dados, totalizando cerca de 772 quilômetros quadrados de florestas desmatadas, seguido pelo estado do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.
Além da perda de biodiversidade e de serviços ambientais, o desmatamento da floresta contribui para as mudanças climáticas. O Imazon calculou que 97 milhões de toneladas de emissões de CO2 equivalentes foram liberadas devido ao desmatamento, o que representa 90 % de aumento em relação ao ano anterior.
Neste contexto, estratégias para poder valorizar a floresta em pé e ao mesmo tempo manter a população que vive dela em uma situação digna, são os principais desafios das autoridades. Um exemplo pioneiro e que tem apresentado já resultados concretos é o Bolsa Floresta.
“Tem que estimular a pessoa a ganhar dinheiro com a mata. Este é o cerne da Bolsa Floresta: é investimento na floresta em pé”, disse Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e ex-secretário de meio ambiente e desenvolvimento sustentável do Amazonas ao Epoch Times.
Criado em setembro de 2007, este é o maior programa do mundo em extensão, em uma área superior a 10 milhões de hectares, equivalente a extensão de Portugal. Beneficia atualmente mais de oito mil famílias de 578 comunidades, em 15 Unidades de Conservação (UCs) no estado do Amazonas.
De acordo com Virgílio, após a implementação do programa, 68% dos entrevistados dizem que a vida melhorou.
Além dos ganhos sociais e de renda para a população, o meio ambiente também é beneficiado pelo programa. Quando comparadas taxas de desmatamento entre UCs, as que possuem o Bolsa Floresta, apresentaram menor perdas. “A taxa de desmatamento onde não tem o programa é de 0,03 %. Onde tem o programa, é 0,008 %. Isto é cerca de 3,5 vezes menos”.
Virgílio explica que os participantes da Bolsa têm que passar por uma oficina prévia onde são trabalhados temas como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, entre outros. “O trabalho de educação ambiental e apoio à organização de base comunitária são pilares fundamentais do Bolsa Floresta”, aponta. Após a oficina, os participantes são convidados a firmar um termo de compromisso formal, no qual se comprometem com o desmatamento zero em áreas de floresta primária, uso de práticas de prevenção de queimadas e participação na associação de moradores da UC.
O programa Bolsa Floresta é constituído por quatro componentes. A Bolsa Floresta Renda prevê incentivos aos povos e comunidades para produção sustentável. A Bolsa Floresta Social abrange investimentos em saúde, educação, transporte e comunicação. A Bolsa Floresta Associação implica no fortalecimento da associação e controle social do programa. Por fim, a Bolsa Floresta Familiar visa envolver as famílias na redução do desmatamento.
Virgílio ainda aponta que existe já um processo de troca de experiências entre as instituições envolvidas aos programa Bolsa Floresta e o Bolsa Verde, que é outra forma de auxílio que visa reduzir o desmatamento, implementada em 2011 pelo governo Dilma e que possui diferenças ao Bolsa Floresta.
O programa é iniciativa implementada pela FAS, em coordenação com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Amazonas.
Para saber mais sobre a Amazônia, clique aqui.
—
Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT