Figura central do escândalo do Partido Comunista Chinês para ser processada como criminosa
Uma vez uma estrela em ascensão no Partido Comunista Chinês (PCC), nos últimos sete meses, seu destino tem sido fortemente contestado nos bastidores pela liderança do PCC, com sinais contraditórios sobre que veredito resultará. Segundo um jornal de Hong Kong, o impasse foi vencido e o ex-membro desgraçado do Politburo, Bo Xilai, em breve irá a julgamento.
O Apple Daily informou em 25 de setembro que uma fonte, ou fontes, disse que o regime chinês, depois de esperar pela conclusão do julgamento de Gu Kailai (a esposa de Bo Xilai) e Lijun Wang (o braço-direito de Bo Xilai), reconheceu que Bo Xilai supostamente cometeu “crimes graves” e será julgado em breve.
O Comitê Central do PCC decidiu revogar a candidatura de Bo Xilai para o 18º Congresso Nacional Popular e sua adesão ao PCC e entregar seu caso ao Judiciário para processo criminal, segundo o Apple Daily.
O Apple Daily não informou quando será o julgamento de Bo Xilai. É mais provável que seja realizado antes do 18º Congresso do PCC, quando a transição da liderança, que ocorre a cada década, será anunciada. O Congresso do PCC é esperado para algum momento em meados de outubro.
Bo Xilai era o ex-chefe do PCC na cidade-província de Chongqing, no Centro-oeste da China e chegou a ser indicado para o Comitê Permanente do Politburo, o grupo de nove homens que governam o PCC e a China. Sua queda das alturas do PCC começou quando seu ex-chefe de polícia Wang Lijun fugiu de Chongqing em 6 de fevereiro para o Consulado dos EUA em Chengdu.
Bo Xilai arriscou um incidente internacional, enviando 200 carros de polícia e veículos blindados para cercar o Consulado dos EUA na tentativa de forçar o retorno de Wang Lijun. Ao invés disso, Wang Lijun acabou sendo levado para Pequim por oficiais centrais do PCC, onde ele foi despojado de sua filiação ao PCC e interrogado.
De acordo com o repórter da segurança nacional estadunidense Bill Gertz, Wang Lijun contou às autoridades consulares dos EUA sobre um complô de Bo Xilai e do chefe da segurança pública chinesa Zhou Yongkang para derrubar a indicado próximo líder chinês Xi Jinping num golpe de Estado.
Wang Lijun também teria contado aos norte-americanos e oficiais chineses sobre o envolvimento de Bo Xilai e Gu Kailai na atrocidade da colheita forçada de órgãos de pessoas vivas e na venda de cadáveres para fábricas de plastinação em Dalian. E Wang Lijun forneceu provas que implicaram Gu Kailai no assassinato do empresário britânico Neil Heywood.
Após a conclusão da reunião do Congresso Nacional Popular em meados de março, Bo Xilai foi removido do Politburo e do Comitê Central e submetido ao interrogatório abusivo chamado “shuanggui”.
Mas na história do PCC, altos oficiais muitas vezes conseguiram superar escândalos. Recentemente, havia indicações de que Bo Xilai receberia tratamento leniente.
Ele não foi acusado de golpe. Enquanto a esposa de Bo Xilai foi acusada pelo assassinato de Neil Heywood, o nome de Bo Xilai foi mantido fora do julgamento, exceto que a mídia estatal referiu-se a sua esposa como Bo-Gu Kailai e, por fim, Gu Kailai recebeu uma sentença branda.
Em 31 de agosto, a lista de representantes para o Congresso Nacional foi anunciada e o nome de Bo Xilai estava nela, sugerindo que ele tinha um futuro político depois de tudo.
Em setembro, o periódico Open Magazine de Hong Kong informou que os líderes do PCC decidiram permitir que Bo Xilai mantivesse sua filiação ao PCC, o que o tornaria imune a processos criminais.
Bo Xilai é uma figura-chave na facção recentemente dominante no PCC e criada pelo ex-líder chinês Jiang Zemin. A disposição sobre seu caso foi tão fortemente dividida na liderança do PCC que o acordo de não processar Bo Xilai relatado pela Open Magazine teria sido negociado para prevenir que o PCC desmoronasse.
O destino de Bo Xilai pode ficar mais claro em breve. Segundo o Apple Daily, a 36ª sessão do Comitê Permanente do 3º Congresso Municipal Popular de Chongqing decidirá sobre ou em torno de 27 de setembro sobre revogar a filiação de Bo Xilai ao Congresso Nacional Popular, um passo necessário para Bo Xilai se tornar elegível para julgamento.
O Apple Daily cita uma fonte de Pequim que interpreta artigos recentes na imprensa estatal como indicando uma mudança na posição oficial sobre Bo Xilai.
A mídia estatal porta-voz do regime chinês Xinhua relatou que quando Wang Lijun informou às autoridades de Chongqing que Gu Kailai havia assassinado Neil Heywood, Wang Lijun foi “furiosamente repreendido e recebeu um tapa no rosto do oficial”. A fonte disse que este relatório se refere a Bo Xilai e é a primeira vez que a mídia estatal envolve Bo Xilai no assassinato de Heywood.
A fonte do Apple Daily disse que os arranjos do julgamento de Wang Lijun foram significativos.
O tribunal admitiu duas razões de clemência para Wang Lijun. Wang Lijun disse ter relatado para o “oficial líder do Comitê de Chongqing do Partido Comunista Chinês” sobre o envolvimento de Gu Kailai no assassinato do empresário britânico Neil Heywood e Wang Lijun forneceu “pistas para expor infracções graves cometidas por outros e desempenhou um papel-chave na investigação destes casos. Estes podem ser considerados como serviços meritórios significantes.”
O termo “outros” na segunda razão não se referia a Gu Kailai, mas sim a Bo Xilai. Segundo a fonte, este é um sinal claro de que o Comitê Central do PCC teria determinado então acusar Bo Xilai de infracções graves.
Segundo a fonte, Bo Xilai, uma vez que seja julgado por qualquer infração grave que seja, será considerado culpado.
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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.