Bo Xilai, ex-membro do Politburo e secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na cidade-província de Chongqing, pode estar sujeito à prisão perpétua ou a pena de morte depois de se recusar a cooperar com a investigação de seu caso, segundo um artigo da mídia de Hong Kong.
Na terça-feira, o jornal Ming Pao de Hong Kong citou fontes de Pequim dizendo que depois que Bo Xilai foi removido de seus postos no PCC em 15 de março, ele foi mantido numa vila no distrito de Huairou, nos subúrbios de Pequim e posteriormente enviado para a Prisão Qincheng de alta segurança na capital.
Bo Xilai foi submetido a severo interrogatório, mas não cooperou e frequentemente gritou com os investigadores. Depois de ser demitido do Congresso Nacional Popular no final de outubro e, em seguida, ser formalmente preso, ele até mesmo entrou em greve de fome na prisão, disse o jornal.
Irritado com a recusa de Bo Xilai de cooperar, o regime chinês ampliou a investigação para Bo Xiyong, o irmão mais velho de Bo Xilai, e seus dois irmãos mais novos, Bo Xicheng e Bo Xining. Pessoas próximas a Bo Xicheng disseram que perderam contato com ele em outubro.
Devido à lenta investigação, disseram as fontes, o julgamento de Bo Xilai não deve começar imediatamente após o 18º Congresso do PCC.
O jornal citou fontes em Pequim dizendo que o castigo de Bo Xilai pode ser intensificado. A opção por uma sentença de morte não será deixada de fora, como indicado pela escolha da Suprema Procuradoria Popular no caso de Cheng Kejie de 2000.
Cheng Kejie, o ex-vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional Popular, foi o líder mais elevado do PCC a ser executado por um crime econômico; ele teria partilhado propinas de 41 milhões de yuanes (5,9 milhões de dólares) com sua amante.
No entanto, o Epoch Times revelou que a verdadeira razão para a execução de Cheng Kejie é que ele tinha ofendido o ex-líder chinês Jiang Zemin ao mostrar atenção excessiva pela famosa cantora Song Zuying, concubina de Jiang Zemin.
Outro exemplo que pode ser instrutivo é a sentença dada a Gu Kailai, a esposa de Bo Xilai. Ela recebeu em 20 de agosto uma sentença de morte suspensa pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood. Depois de dois anos, aquela sentença pode ser comutada por prisão perpétua. Nesse ponto, o tribunal tem poderes ilimitados para reduzir sua pena de prisão por bom comportamento.
Em 28 de setembro, Bo Xilai foi expulso do PCC e foi entregue ao sistema judiciário. Bo Xilai foi considerado culpado de “graves violações disciplinares”, particularmente pelo acobertamento do assassinato do britânico Heywood por sua esposa e por seu envolvimento em corrupção, suborno e transferência de ativos para o exterior, segundo a mídia estatal.
Um artigo anterior do Epoch Times revelou outros crimes de Bo Xilai que o regime chinês tem evitado e acobertado. Bo Xilai estava diretamente envolvido na implementação da perseguição à prática espiritual do Falun Gong quando foi chefe da cidade de Dalian e da província de Liaoning e ganhou uma reputação de executar entusiasticamente a perseguição. Sob a liderança de Bo Xilai, a província de Liaoning teve o quarto maior número de praticantes mortos entre as 30 províncias e cidades-provinciais, segundo o Minghui, um website do Falun Gong.
Bo Xilai também estava envolvido na colheita de órgãos de prisioneiros da consciência do Falun Gong e na venda de cadáveres de praticantes do Falun Gong para fábricas de processamento de cadáver para exposições de amostras corporais humanas, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
O comentarista político e econômico Caoan Jushi acredita que a punição de Bo Xilai é o resultado da luta interna no regime chinês. Ele disse à emissora NTDTV, “O regime chinês está realmente tentando evitar questões sensíveis como a colheita de órgãos [de praticantes do Falun Gong] vivos. Eles não podem lidar com todos os problemas de uma só vez, já que estão muito preocupados com sua sobrevivência. Assim, o caso de Bo Xilai é apenas uma das questões de sua luta interna.”
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