Bo Xilai expulso do Partido Comunista Chinês

30/09/2012 08:33 Atualizado: 30/09/2012 08:33
Bo Xilai no Congresso Nacional Popular em Pequim em março. (Mark Ralston/AFP/Getty Images)

Bo Xilai, o ex-membro do Politburo e chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) em Chongqing, uma figura central na mais grave crise política do regime chinês na memória recente, foi expulso do PCC, segundo a mídia estatal.

Bo Xilai foi considerado culpado de “graves violações disciplinares” num relatório preparado pela agência de investigação interna do PCC. Na sexta-feira, altos oficiais adotaram as conclusões do relatório e a mídia do PCC anunciou a expulsão de Bo Xilai.

“Ele se aproveitou de seu cargo para obter lucros para outros e recebeu enormes subornos pessoalmente e por meio de sua família”, disse o artigo da Xinhua.

“Sua posição também foi abusada por sua esposa Bo-Gu Kailai [o nome da mulher de Bo Xilai é de fato Gu Kailai] para obter lucros para outros e a família Bo aceitou uma enorme quantidade de dinheiro e bens de outros”, disse o texto. “Bo Xilai teve ou manteve relações sexuais impróprias com um número de mulheres.”

As reivindicações ecoaram em parte os relatados da mídia ocidental desde o começo deste ano, quando Wang Lijun, o braço direito de Bo Xilai, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu, provocando uma crise política cujas consequências continuam.

Bo Xilai teria “violado gravemente a disciplina do PCC” em cada momento de sua carreira: enquanto chefe do PCC em Dalian, uma cidade no Nordeste da China; como chefe do PCC na província de Liaoning, ao servir como o ministro do comércio; como membro do Politburo e como chefe do PCC em Chongqing, seu último posto. As violações específicas não foram enumeradas.

A Xinhua disse que o caso de Bo Xilai seria entregue às autoridades judiciais.

Uma parte do anúncio foi mais vaga do que outras ao afirmar que “a investigação também descobriu evidência que sugere seu envolvimento em outros crimes”. Os “outros crimes” não foram especificados, embora o envolvimento de Bo Xilai na implementação da perseguição à prática espiritual do Falun Gong enquanto chefe de Dalian e Liaoning, que envolveu a detenção arbitrária, tortura para extrair confissões e trabalho forçado, são bem conhecidas. Fontes confirmaram ao Epoch Times que Bo Xilai também estava envolvido na colheita de órgãos de prisioneiros da consciência do Falun Gong, um crime que a evidência mostra que seu subordinado Wang Lijun estava intimamente envolvido quando respondia a Bo Xilai.

Simultaneamente ao anúncio da punição inicial de Bo Xilai, foi possível pesquisar o termo “colheita ao vivo” (huozhai) no Sina Weibo, o mais popular serviço de microblogue chinês. Termos sensíveis, como nomes de líderes do PCC, ou termos políticos, geralmente são estritamente bloqueados. A frase específica “colheita ao vivo” em chinês é usada quase exclusivamente para se referir à colheita de órgãos de prisioneiros vivos da consciência, principalmente os praticantes do Falun Gong. Uma busca na sexta-feira à noite, horário de Pequim, produziu cerca de 25 mil resultados.

Pesquisas por Gu Kailai, Wang Lijun e Bo Xilai também foram desbloqueadas.

Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.