Segundo a lenda registrada no livro Shiji (Registros do Grande Historiador), houve um médico excepcional chamado Bian Que, que viveu há 2500 anos atrás. Bian Que era dotado de clarividência e era conhecido como o médico dos milagres.
Conta-se que Bian Que tinha um carácter nobre e administrava uma hospedagem. Ele obteve seu conhecimento de medicina e sua capacidade sobrenatural de um ancião, um cliente regular, que ficou impressionado com sua gentileza e serviços atenciosos ao longo de dez anos. Esse cliente deu um embrulho com fármacos e instruções a Bian Que e muitos livros de medicina preciosos, e em seguida desapareceu misteriosamente.
Bian Que tomou a medicação conforme fora instruído e 30 dias depois, tornou-se capaz de ver através de objetos sólidos. Com o estudo dos livros de medicina, ele logo foi capaz de diagnosticar e tratar as pessoas com este tipo de capacidade de visão de raios x.
Quando Bian Que cuidava de seus pacientes, ele nunca diferenciou os senhores influentes das pessoas comuns. Ele tinha um profundo conhecimento de uma ampla gama de abordagens terapêuticas, incluindo medicina, acupuntura, cirurgia, massagens e uso de agentes anestésicos, e sempre escolhia o tratamento mais adequado de acordo com a situação específica do paciente.
Numa ocasião, Bian Que visitou o lorde do Estado de Qi, e lhe diagnosticou uma doença cuja causa estava sob sua pele, mas seu conselho foi ignorado. Mais tarde, ele viu que a doença foi se espalhando gradualmente a partir da pele para o estômago e em seguida para a medula óssea, mas o lorde se recusava a acreditar nele, pensando que Bian Que estava tentando tirar vantagem de seu medo. Finalmente, Bian Que se foi, quando percebeu que a última chance de curá-lo havia se passado, e o lorde morreu logo depois.
Nas escolas de medicina tradicional chinesa, o médico sempre verifica e trata toda a pessoa, sua alma e seu corpo. Além disso, acredita-se que a ética médica está diretamente relacionada às habilidades sobrenaturais, como a clarividência. Um médico chinês que tem essa capacidade pode perdê-la se se desviar da ética médica.
Bian Que viveu uma vida humilde e nobre e era admirado como um “deus da medicina”.
Epoch Times