O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) anunciou nesta quarta-feira à noite a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do país, a Selic, que atinge o patamar histórico de 8% ao ano.
A decisão foi por unanimidade. Os membros do Copom consideraram que “neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação” e que, “até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária”, segundo comunicado do Banco Central. Apesar do novo patamar, o Brasil ainda continua com o terceiro maior juro real do mundo.
A redução na taxa básica de juros (Selic) afeta o rendimento da caderneta de poupança. A remuneração da caderneta de poupança está atrelada à taxa básica de juros com a nova metodologia desde maio. Com as mudanças a caderneta de poupança renderá menos porque o rendimento fica em 70% da Selic quando a taxa do Banco Central for igual ou inferior a 8,5%.
De acordo com o Ministério da Fazenda, com a Selic em 8% ao ano, a poupança rende 0,46% ao mês mais TR (Taxa Referencial), 0,02 ponto percentual menos do que com a Selic em 8,5% ao ano.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, um dos benefícios da redução de juros na economia é permitir que o Governo pague menos juros pela dívida pública e possa, assim, liberar recursos para desoneração tributária e para mais investimentos governamentais, informou o portal do Ministério da Fazenda. No entanto, há economistas que, embora reconheçam que essas medidas favoreçam a atividade econômica, acreditam que não são suficientes ante o nebuloso cenário internacional.
O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa básica de juros. A criação do comitê teve por objetivo maior transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Federal Open Market Committee (FOMC) do Banco Central dos Estados Unidos e pelo Central Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra também instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral.