O Banco Central (BC) poderá lançar mão de mais uma estratégia para suavizar a alta do dólar no país. Hoje (6), o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a instituição poderá ofertar o chamado leilão de linha – venda com compromisso de recompra, a qualquer tempo, se julgar necessário.
Tombini apresentou um panorama geral sobre a economia brasileira e o cenário externo para cerca de 100 presidentes de grandes companhias brasileiras, no 13º Fórum dos Presidentes. O evento, que acontece em São Paulo, é fechado à imprensa e as informações foram repassadas em nota pela assessoria de imprensa do BC.
Ontem, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,304, com alta de 0,68%. Mais uma vez, foi atingido o maior patamar desde 31 de março de 2009, quando o dólar chegou a valer R$ 2,319.
O BC tem feito leilões de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para conter a alta do dólar. Ontem, no entanto, não houve atuação da autoridade monetária, como o mercado esperava.
No evento, Tombini também disse que “a condução adequada da política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic] limitará a transmissão da desvalorização do câmbio para a inflação no horizonte relevante”.
Tombini reforçou que a trajetória de convergência da inflação para a meta “se inicia neste segundo semestre e o objetivo é entregar em 2013 o índice abaixo daquele registrado no ano passado [5,84%]”. A meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC é 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Sobre o cenário externo, o presidente do BC avaliou que as perspectivas para a economia internacional têm melhorado. “Esse momento de transição apresenta desafios, para os quais o Brasil está preparado e o BC tem atuado para reduzir a volatilidade decorrente desse processo”, disse Tombini, segundo a nota do BC.
Ainda segundo o BC, ao mencionar a atividade econômica, Tombini afirmou que o crescimento tem se materializado de forma gradual, destacando o desempenho da produção de bens de capital, ligados ao investimento. “A percepção está mais pessimista que a realidade, pois o primeiro semestre apresentou diversos aspectos positivos”, diz a nota. Porém, segundo Tombini, a consolidação dessa trajetória positiva para o investimento depende do fortalecimento da confiança das empresas e das famílias.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Brasil
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