O mercado está entendendo que a recente desvalorização do dólar, cotado abaixo de 2 reais essa semana, passou a ser quase a única opção do Banco Central para combater a inflação.
“O câmbio não é instrumento de política monetária para baixar preços. O único instrumento é o juro e outros mecanismos que o Banco Central pratica”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Se o câmbio ficar estável, ele não gera inflação”, disse o ministro durante Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas.
Como resposta para quem estava testando o BC para tentar adivinhar qual seria o novo “piso” para a moeda americana, Mantega afirmou “Não estamos mudando a política cambial, a política é a mesma: não permitiremos uma valorização especulativa do real e isso veio para ficar. Aviso aos navegantes: não se entusiasmem porque isso não vai acontecer. Não esperem que o câmbio venha a derreter”, disse o Mantega.
Qual é mesmo a política cambial? A oficial é a de câmbio flutuante, desde 1999, quando foi lançado o chamado tripé macroeconômico do país composto pelo regime de metas de inflação, fiscais e pelo câmbio flutuante.
O entendimento, claramente precoce, de que o BC estaria deixando o câmbio mais livre – seja para segurar o repasse para os preços, seja para criar um ambiente de menor intervenção na economia, foi-se embora tão rápido quanto chegou.
Ao que parece, estão preocupados com “tudo ao mesmo tempo agora” e ao Banco Central sobra-lhe a tarefa de combater a inflação com o instrumento disponível. Mas o câmbio não é a melhor opção, pois a baixa do dólar só gera efeito deflacionário na demanda dos importados. Não alcança os segmentos da cesta de consumo mais atacado no momento, como o dos produtos alimentícios e serviços. A quantidade de intervenções do governo tem colaborado para gerar ruídos na compreensão e nas expectativas do mercado.
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