Alguns postos avançados online começaram a comentar sobre a enorme coleção de bases militares internacionais dos EUA.
Os Estados Unidos mantém a maior coleção de bases militares estrangeiras na história mundial. Oficialmente, no início de 2011, havia 1.429.367 tropas americanas estacionadas em 150 países do mundo. Este número não inclui os contratados que superam as tropas no Iraque e no Afeganistão ou as operações da CIA ou de outras unidades secretas.
O antropólogo David Vine passou três anos pesquisando a mudança na estrutura das bases militares norte-americanas em todo o mundo. Sua pesquisa encontrou uma rede de mais de 1000 bases norte-americanas, localizadas em todos os continentes, exceto na Antártida.
“Enquanto a coleção de bases gigantes da era da Guerra Fria, como as da Alemanha, estão encolhendo, a infraestrutura global de bases no exterior explodiu em tamanho e escopo”, postou online David Vine no TomDispatch.com.
Ele descreve “uma nova geração de bases militares chamadas de ‘plataformas de lírio’ (como num salto de rã através de uma lagoa em direção a sua presa). Estas são instalações pequenas, misteriosas e inacessíveis com um número limitado de tropas, amenidades espartanas, e armas e suprimentos pré-posicionados… Ao redor do mundo, do Djibouti às selvas de Honduras, dos desertos da Mauritânia às pequenas Ilhas Cocos da Austrália, o Pentágono tem instalado tantas plataformas de lírios quanto possível, em países tão diversos quanto possível e tão depressa quanto possível.”
“Embora seja difícil estabelecer estatísticas, dada a natureza muitas vezes secreta de tais bases, o Pentágono provavelmente construiu mais de 50 plataformas de lírios e outras bases pequenas, desde por volta de 2000, enquanto explorava a construção de dezenas de outras […] para não mencionar 11 forças tarefas de porta-aviões, essencialmente, bases flutuantes, e uma crescente e significativa presença militar no espaço. Os Estados Unidos gastam atualmente cerca de 250 bilhões de dólares anualmente para manter bases e tropas no exterior”, postou David Vine.
Mark Gillem concorda e explica em seu livro, ‘Cidade América: Construindo os postos avançados do império’, que a “evitação” das populações locais, da publicidade e da potencial oposição é o novo objetivo. “Para projetar seu poder, (os Estados Unidos querem) postos avançados isolados e autossuficientes localizados estrategicamente (ao redor do mundo)”, diz ele.
A estratégia é demonstrada nos esforços do contraterrorismo no Iêmen, onde “equipes de agentes da CIA e empreiteiros norte-americanos operaram no Iêmen por algum tempo, caçando militantes da Al-Qaeda e desenvolvendo inteligência para ataques aéreos”, como citado Los Angeles Times.
Um artigo no The Guardian afirmou que os Estados Unidos aumentaram seu pacote de ajuda militar ao Iémen de menos de 11 milhões de dólares em 2006 para mais de 70 milhões de dólares em 2009, além de fornecer cerca de 121 milhões de dólares para o desenvolvimento ao longo dos próximos três anos.
Na Austrália, apesar de alguma agitação local e objeções da China, os EUA negociaram que 2500 fuzileiros norte-americanos “compartilhassem” uma base em Darwin. Num artigo do Sydney Morning Herald, o ministro da Defesa australiano Stephen Smith disse que a presença dos fuzileiros norte-americanos era “qualitativamente diferente” de uma base apesar de lhes ter sido dado acesso às bases navais e ao ar da Austrália.
O Pentágono também está buscando planos para uma base de vigilância e de VANTs (Veículo aéreo não tripulado) nas Ilhas Cocos da Austrália.
Nick Turse é outro pesquisador da estratégia militar norte-americana da TomDispatch.com, “Esqueça invasões de grande escala e ocupações com grande presença no continente euroasiático. Em vez disso, pense: forças de operações especiais… exércitos intermediários… a militarização da espionagem e inteligência… VANTs… ciberataques e operações conjuntas do Pentágono com cada vez mais agências governamentais ‘civis’ militarizadas”, escreveu ele.
As bases “plataformas de lírio” no exterior começaram a gerar algum escrutínio de republicanos, democratas e do colunista do NY Times Nicholas Kristof. Enquanto o Congresso procura maneiras de cortar o déficit, fechar tais bases no exterior pode fazer mais dólares e sentido do que nunca.
Nigel Gladstone é um escritor freelance e estudante de jornalismo, atualmente residindo em Sydney, Austrália.