A rinite alérgica é um estado alérgico respiratório no qual a mucosa nasal encontra-se irritada e hipersensível a estímulos agressivos (fumaças, pó, odores fortes etc), tornando-se muitas vezes inflamada e congestionada por muco durante as crises.
Um dos aspectos mais característicos da rinite são os espirros em salva. A pessoa afetada pela rinite alérgica está acostumada a espirrar constantemente e, na maioria das vezes, em séries seguidas, que podem se extender até por horas ou períodos inteiros, ainda que de forma intermitente. Uma vez que os espirros começam, a pessoa já espera por um dia difícil pela frente: fortes espirros subsequentes; nariz escorrendo constantemente; maços de lenços usados; hipersensibilidade a cheiros, pó, poluentes e mudanças de temperatura; congestionamento das vias aéreas superiores e da face, e até febre e exaustão do sistema respiratório (de tanto espirrar).
Mas, o que leva a pessoa a ter rinite alérgica?
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Aspectos emocionais, condições desencadeantes e um quadro dinâmico da rinite alérgica
Dentro de uma visão psicossomática – que relaciona os estados psicológicos com o surgimento de doenças – podemos descrever, de forma geral (mas não absoluta), o perfil comportamental/emocional de alguém que tem rinite alérgica e as condições que podem desencadear uma crise.
Normalmente, o estado interior de uma pessoa que manifesta rinite alérgica é de tensão emocional crônica, devido a incapacidade de expressar-se e colocar-se com franqueza nas situações. Nesse sentido, a não expressão de seus estados interiores conflituosos resulta em uma crescente carga emocional-energética acumulada, especialmente na parte superior do corpo.
No passado, essas pessoas frequentemente adaptaram-se a lares tensos ou conflituosos ou a certas condições opressivas na infância, aprendendo a conter suas expressões emocionais, apresentando-se como pessoas demasiado polidas, submissas e gentis, jamais mostrando ira ou desagrado em quaisquer circunstâncias. O padrão de exigência de obediência ou submissão em alguns lares levou-as também a estados de submissão, aliados à rigidez perfeccionista, manifestada como auto-cobrança e sensação de culpa perene. Também, algumas vezes, a tristeza – devido aos conflitos e tensões constantes no lar, e também à sensação de culpa – pode estar presente como pano de fundo.
Sendo assim, essas pessoas desenvolveram uma predominância de estados e comportamentos rígidos, tensos e ansiosos, e vivem num constante estado de alerta, resultado da tentativa de sempre evitarem serem impactadas pelos estados de conflito, agressão e violação de seu eu.
Fisicamente estes estados se manifestam em tensão nas supra-renais (devido à expectativa de conflitos e da agressividade alheia) e nos pulmões (tristeza e vontade de fugir dos conflitos), e, ao mesmo tempo, podem haver tensões crônicas no fígado (devido à raiva contida por trás de um rosto sempre sorridente), no baço (pensamentos obsessivos devido a mente demasiadamente alerta) e no estômago (parecer sempre estar aberto às pessoas, engolindo tudo, para parecer agradável e gentil sempre com as pessoas).
Lembramos que podem haver outros estados, dependendo da personalidade da pessoa e das circunstâncias envolvidas quando se desenvolveu a rinite.
O estado crônico de tensão e de estar sempre em alerta também mantêm o sitema imunológico da pessoa em estado de alerta o tempo todo. Estando hiperestrimulada internamente por esses estados, especialmente devido à sua incapacidade de dizer não, de se colocar e de lidar com conflitos abertamente, qualquer estímulo físico irritante (pó, fumaça, odores fortes etc) e/ou situação de exposição emocional a mais (ir a uma festa, fazer uma apresentação na escola ou ter uma prova oral etc) pode desencadear uma violenta resposta da histamina (uma substância que, entre outras coisas, propicia respostas de defeza do organismo), gerando um estado de hiper-resposta de todo sistema orgânico, que afeta, por sua vez, predominantemente as vias aéreas da pessoa.
Observando o quadro como um todo, teremos a parte superior do corpo (tronco e cabeça), especialmente, braços, tórax e rosto, cheios de tensão e de energia acumulada, devido ao comportamento da pessoa (como descrito acima). Juntando essa enorme carga de energia com o sistema imunológico sempre pronto para a luta (devido ao estado emocional reativo exacerbado aos conflitos), ao somarmos mais um potencial estado de confito (relações sociais) e/ou um agente irritante (fumaça de cigarro, pó etc), o corpo reage desmedidamente, tentando combater ao máximo o agente agressor, e, então, começam as crises.
Ao mesmo tempo, devido à grande carga energética acumulada na parte superior do corpo e faltante na parte inferior do corpo – o que se nota pelos pés normalmente bastante frios dessas pessoas – os espirros ocorrem em salva e fortemente, numa tentativa de descongestionar energeticamente o tórax e a cabeça (dispersar o calor ou umidade e, às vezes, calor com umidade) e, ao mesmo tempo, tentando impulsionar a energia e o sangue para aquecer os pés da pessoa (e isto é um fato, porque muitas vezes quando os pés da pessoa se aquecem, as crises diminuem ou cessam).
Esse é um esboço bastante rápido e resumido dos possíveis estados e comportamentos causais da rinite alérgica. Mas, então, como tratá-la?
Quebrando o padrão e dissolvendo a rinite alérgica
Convém falar, antes de tudo, que a rinite pode ser devida também a outros fatores, como: tecidos alterados ou desvios nas vias aéreas superiores; reações secundárias a resfriados e infecções respiratórias; uso ou contaminação por substâncias tóxicas (cigarro, álcool, cocaína, agentes químicos etc); excesso de alimentos que geram calor ou que contém toxinas (pimentas, chocolate, amendoim, nozes etc).
Dito isso, os quadros mais comuns de rinite alérgica levam à necessidade de compreensão dos estados internos e dos comportamentos e reações emocionais das pessoas afetadas.
Cuidar da parte psicológica do indivíduo é normalmente um elemento crucial para a cura da rinite alérgica. Seja através da psicoterapia, da terapia floral ou de outras abordagens semelhantes, é justamente compreendendo seus estados reativos e os seus comportamentos condicionados que a pessoa poderá quebrar o padrão que dá origem à rinite (padrão que tende a se manifestar sempre através do processo de somatização de suas emoções e cargas energéticas não expressas). Uma vez que o padrão vai sendo conhecido e compreendido pela pessoa, ele naturalmente vai se dissolvendo, e com isso, o processo de somatização vai cedendo e desaparecendo.
Sugestões de tratamento
Existem pessoas que tiveram rinite alérgica durante anos ou décadas e que se curaram definitivamente depois de conhecerem e mudarem seus padrões comportamentais e emocionais.
Então, como dito acima, o ideal é procurar uma boa psicóloga, terapeuta floral ou médico homeopata para que a abordagem psicossomática possa ser feita.
Enquanto não encontrar o profissional adequado, aqui vão algumas sugestões:
• Procure perceber-se internamente, perceber como se sente, especialmente nos contatos sociais ou nos momentos onde está por se desencadear uma crise; investigue-se e aprenda sobre você mesmo, para desenvolver consciência e segurança. É importante também aprender a dizer não para amigos, conhecidos e compromissos, quando for necessário, e ser fiel ao que está sentindo e pensando nas situações, podendo expressar sinceramente e com todo o direito aquilo que você sente e pensa (e isso não quer dizer se tornar egoísta, mas colocar limites, ser sincero e respeitar seus próprios limites e necessidades);
• Pense em tomar alguns florais (não apresentam contra-indicações ou efeitos adversos), tais como: Agrimony, Mimulus, Pine, Yerba Santa, Crab Apple, Fuchsia e Centaury. Podem ser tomados separadamente ou numa fórmula composta; sempre tomando-se 4 gotas 4x ao dia, diretamente na boca, e por um tempo mínimo de 60 dias;
• Perceba como estão os seus pés: frios ou quentes? Caso eles estejam frios, procure relaxar a mente e o corpo e, ao mesmo tempo, aqueça os seus pés, fazendo um escalda-pés, massagem etc;
• As crises de rinite que ocorrem devido a mudanças de temperatura – devido ao clima, ao sair do banho, devido ao vento etc -, normalmente indicam três coisas: excesso de tensão e energia contida na parte superior do corpo e falta de energia e calor nas pernas e nos pés; fragilidade circulatória e resfriamento da pele, devido à fraqueza da energia vital da pessoa; e excesso de frio e/ou mucosidade no corpo devido à falta de disposição e dinamismo da pessoa, e a alimentos mucogênicos (laticíneos; açúcar; excesso de gorduras saturadas e alimentos ou bebidas frias; pimentas; sucos muito doces e suco de laranja); etc;
• Pingue 2 gotas de água oxigenada 10 volumes em cada narina 3x ao dia e 2 gotas sempre no início de uma crise de espirros (mas não exagere no uso da água oxigenada).
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