Um grupo de estudantes do ensino médio na província sudeste chinesa de Guangdong foi atacado por bandidos que empunhavam canos de metal depois que aldeões tentaram deter o neto de um alto oficial local.
Os aldeões disseram que Li Fuyu, o neto de Li Kesheng, um membro do Comitê Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, estava envolvido em comportamento indecente com uma estudante, segundo disseram os moradores e autoridades locais à Rádio Free Asia (RFA) na terça-feira.
Depois que Li Fuyu e três companheiros foram apanhados em flagrante no ato de abusarem sexualmente de uma estudante de 8 de junho, os aldeões os capturaram e levaram ao comitê local do Partido Comunista na vila, segundo a RFA. Uma vez lá, o pai de Li afastou seu filho “como se nada tivesse acontecido”, segundo a RFA.
Depois desse incidente, os subordinados de Li se vingaram dos estudantes do ensino médio, disseram os moradores. “Mais de 20 pessoas ficaram feridas e várias delas tiveram ferimentos graves e ainda estão no hospital”, disse um funcionário da Escola No. 2 de Haojiang, na cidade de Shantou, conforme citado. Os estudantes assistiam a um documentário educativo quando o ataque ocorreu em 10 de junho, dois dias depois da briga anterior.
“Eles não disseram uma palavra, apenas começaram a bater nas pessoas com canos de água”, disse o funcionário, acrescentando que a identidade dos bandidos é desconhecida. “O governo disse, ‘é assim mesmo’, e que não devemos fazer tumulto por isso”, acrescentou o funcionário.
Mas o ataque atraiu a condenação generalizada dos moradores locais, com centenas indo para as ruas protestar e apresentar queixa contra a polícia local. Eles alegam que a polícia local bloqueou suas tentativas de buscar justiça contra os agressores.
“Os alunos estavam assistindo a um filme organizado pela escola e foram espancados por homens não identificados”, disse um residente local anônimo à RFA. “Após os pais ouvirem falar sobre isso, eles foram ao governo da cidade, mas foram impedidos de passar pela polícia.”
Outro morador chamado Chen disse que Li Fuyu abusou de seu poder no passado. “Ele fez isso muitas vezes no passado também, como circular pela vila roubando telefones celulares das pessoas e assediando estudantes que acabavam de sair da escola”, disse o morador.
Houve relatos de oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) ou seus parentes estuprando ou abusando sexualmente de mulheres no passado.
Zhou Yan, uma menina de 17 anos, teve seu rosto queimado e desfigurado em fevereiro por Tao Rukun, um jovem que é filho de um oficial do PCC. Tao atacou-a depois que ela rejeitou seus avanços e procurou vingança; o incidente se tornou um das histórias mais comentadas na internet chinesa na época.
Num caso notável em 2009, a garçonete Deng Yujiao, de 29 anos, esfaqueou um oficial local na cidade de Badong que supostamente tentou estuprá-la.
Em 2006, Gao Yingying, uma funcionária de hotel na província de Hubei, cidade de Laohekou, foi estuprada e assassinada e seu corpo foi cremado sem autópsia. Na época, os moradores indicaram que o agressor era um parente e secretário do Partido Comunista de Laohekou.