Um carro que transportava o embaixador do Japão para a China teve a pequena bandeira anexada ao capô violentamente arrancada na segunda-feira em Pequim por um homem não identificado.
A embaixada japonesa em Pequim disse que o embaixador Uichiro Niwa não foi ferido no incidente, informou a agência de notícias Kyodo de Tóquio. Mas o mastro foi danificado, segundo a emissora japonesa NHK.
Autoridades japonesas apresentam um “forte protesto” ao Ministério das Relações Exteriores da China sobre o assunto, segundo a Kyodo. A mídia estatal chinesa não informou sobre o incidente.
Niwa viajava de volta para o consulado japonês na segunda-feira quando dois carros pararam seu veículo e um homem saltou e rasgou a bandeira em pedaços, disse a embaixada japonesa à NHK.
O ataque ocorre cerca de uma semana depois que protestos eclodiram em toda a China, estimulados por ativistas pró-China que navegaram para as disputas ilhas Senkaku para tentar fincar uma bandeira chinesa no local. A guarda costeira japonesa prendeu os ativistas e os deportou de volta para a China.
O regime chinês afirmou que as ilhas, chamadas Diaoyu em chinês, pertencem a ele, mas o Japão já disse que tem governado desde que elas lhes foram entregues pelos Estados Unidos na década de 1970. As águas em torno das ilhas rochosas e desabitadas teriam gás natural e pontos de pesca.
Durante os protestos, manifestantes chineses atacaram carros de fabricação japonesa, queimaram bandeiras japonesas e jogaram objetos em empresas japonesas em várias cidades. A mídia estatal chinesa também foi para a ofensiva contra o Japão e diariamente disse que o Japão deveria abrir mão do controle sobre as Senkaku.
Especula-se que tais protestos não teriam ocorrido em toda a China a menos que o regime tinha permitido. Na China, protestos não permitidos pelo Partido Comunista Chinês (PCC) ou contra suas políticas são geralmente reprimidos rapidamente pela polícia e forças de segurança.
O regime se reserva o direito de reprimir tais protestos se temer que manifestantes possam se voltar contra o PCC, segundo a empresa de inteligência global Stratfor numa análise da semana passada.
“Pequim tem tolerado há muito tempo, se é que não facilitou, expressões públicas de nacionalismo, especialmente quando são anti-Japão”, disse a empresa. “O governo chinês também usa esses protestos nacionalistas para distrair o público de outras questões”, acrescentou Stratfor.
No entanto, o PCC provavelmente reprimirá essas manifestações se elas “tornarem-se muito grandes e coordenadas”, apontando que os manifestantes chineses e internautas “culparam o governo chinês por não agir para proteger os ativistas presos”, disse a análise.