Mais de dez mil habitantes entram em confronto com policiais
No dia 6 de junho, milhares de moradores do bairro de Shuangqiao, na cidade de Chongqing, foram às ruas em protesto contra a união do bairro com o município vizinho de Dazu. Num confronto com a tropa de choque, dezenas de civis foram feridos, dentre eles uma gestante. No dia 7, a onda de protestos cresceu, enquanto o bairro de Shuangqiao ficou estagnado, com mais de dez mil habitantes envolvidos nas manifestações. O governo local convocou milhares de policiais para dispersar a multidão, causando novo conflito acirrado e elevando a tensão na região.
Uma moradora que não quis se identificar declarou, “Hoje [dia 7] vieram ainda mais policiais, há mais de dois mil deles. Quanto aos civis, há no mínimo dez, talvez vinte mil, uma multidão incontável. Nós civis estamos completamente desarmados; por medo de usarmos tijolos como armas, os policiais estão recolhendo todos os tijolos que veem pelo chão. Nesses dias, diariamente há várias pessoas aglomeradas no posto de gasolina.” Uma moradora que testemunhou o conflito disse, “Hoje [dia 7] a confusão foi maior ainda. Ontem [dia 6] feriram um monte de gente e ninguém apaziguou o conflito. Hoje, as lojas, feiras e vendedores estão todos em greve, foram todos para a manifestação. Com o caos que está, não sabemos como viveremos.”
Ela continuou dando detalhes do choque com a polícia, “Vieram um ou dois mil policiais, as tropas de choque de Shuangqiao, Chongqing e Dazu tiveram de vir de ônibus. Assim que a multidão se aproximava, eles pegavam o cassetete e começavam a bater e lançar bombas de gás lacrimogêneo. Ouvi dizer que mataram um hoje, muitos viram uma pessoa de uns 40 anos que caiu e foi arrastada para o lado e não se levantou; havia uma grande poça de sangue próxima dela.”
Os conflitos começaram no dia 6 de junho, quando milhares de moradores de Shuangqiao se reuniram próximo ao posto de gasolina local em protesto à decisão do governo de unir o bairro com o município de Dazu. A manifestação causou estagnação no trânsito. O governo não enviou ninguém para negociar; em vez disso, acionou centenas de policiais, munidos de capacetes e escudos, para dispersar o protesto. Devido à truculência da polícia, parte da multidão revidou com tijolos e pedras e muitos civis foram feridos.
Correm rumores na internet que uma gestante foi morta no choque. “Os policiais desceram dos veículos e já começaram a bater, como se os civis não fossem pessoas. No ato, caíram umas vinte pessoas, que foram hospitalizadas. Uma delas era uma gestante, que perdeu a criança e parece que também morreu em seguida. Os policiais bateram sem distinção de sexo ou idade.”
Outra testemunha revelou, “Ontem uma gestante perdeu o bebê devido à agressão sofrida [não confirmou sua morte], até agora há alguns internados com ferimentos graves, muitos com ferimentos menores. A tropa de choque estava armada até os dentes, nos perseguindo como lunáticos. Assim que eles se aproximavam, a multidão tentava fugir; quem era lento, apanhava. Além disso, usaram muitas bombas de gás lacrimogêneo, houve muitos que não resistiram e desmaiaram.”
Uma testemunha declarou na internet, “Era um bolo de gente, umas dezenas de milhares de civis emparelhados, esperando alguém para negociar e resolver o problema. Mas a espera foi recompensada com um monte de policiais que mais pareciam bandidos; eles começaram logo a surrar os manifestantes, louca, irracional e violentamente. Carne e sangue voaram pelos ares; muitos morreram a cacetadas, outros morreram a caminho do hospital.”
Uma moradora de Shuangqiao comentou acerca da razão do protesto, “Essa união com Dazu causa muitos transtornos, pois muitos benefícios trabalhistas serão cancelados. Muitas terras serão confiscadas e outras abandonadas. Além da distância de Dazu, o custo de transporte é alto. Assim, com as terras e casas dos camponeses confiscadas, eles ainda terão de gastar dinheiro com aluguel, pois o governo não deu qualquer assistência ou compensação. A população está extremamente insatisfeita; o governo deveria intervir para dissolver o conflito e não enviar aquele volume de policiais para bater nos civis.”
—
Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT