Um tibetano idoso que é avô de uma figura religiosa budista tibetana pôs-se em chamas no norte da China. Esta foi a última autoimolação na região nos últimos meses, segundo um grupos de direitos humanos.
Tamdin Dorjee, de 52 anos, morreu no sábado no protesto de autoimolação contra o repressivo governo do Partido Comunista Chinês fora de um mosteiro na província de Gansu, informaram dois grupos de direitos humanos. Ele seria o avô de um líder espiritual que os budistas tibetanos dizem ser a reencarnação do sétimo Gungthang Rinpoche.
Mais de 50 tibetanos, muitos dos quais monges e monjas, imolaram-se desde fevereiro de 2009 em protesto contra o governo do Partido Comunista. Líderes tibetanos exilados muitas vezes condenaram as autoimolações. Tibetanos dizem que o regime chinês tem essencialmente reprimido sua religião, cultura, língua e violado seus direitos.
O corpo de Dorjee, que realizou a autoimolação no mosteiro Tso na cidade de Tso “foi removido para sua aldeia natal”, disse o grupo de direitos Free Tibet. “As forças de segurança se deslocaram para a área e restrições intensas foram impostas.”
No início deste ano, no mesmo local, uma tibetana mãe de dois se imolou em protesto contra o regime chinês.
A Campanha Internacional pelo Tibete disse que obteve imagens de exilados tibetanos mostrando “tropas [chinesas] convergindo para a área e tibetanos levando o corpo de Tamdin Dorje para cremação”.
“A polícia chinesa também chegou à aldeia natal de Tamdin Dorjee. Eles já tinham restringido telefones e outras linhas de comunicação”, disse uma fonte à Rádio Free Asia.
A repressão do regime chinês em áreas tibetanas tem aumentado nos últimos meses numa tentativa de conter a disseminação de informações relativas às autoimolações. A Campanha Internacional pelo Tibete, disse que as autoridades chinesas na cidade de Tso e áreas periféricas tibetanas provavelmente reforçarão a segurança na área.
“A autoimolação de hoje é susceptível de ser observada com preocupação pelas autoridades devido à conexão com o jovem lama reconhecido como o [sétimo] Gungthang Rinpoche”, disse o grupo de direitos.
Semanas atrás, exilados tibetanos disseram aos tibetanos na China para pararem às autoimolações porque “o Tibete é um país pouco povoado e, na atual situação, perder até mesmo uma vida é uma grande perda para o povo tibetano”.
“Por favor, preservem suas vidas no futuro”, acrescentaram eles.
A mídia Repórteres Sem Fronteiras (RSF) disse mais de uma semana atrás que as autoridades chinesas negaram o acesso de jornalistas a áreas tibetanas, enquanto “cortam as comunicações temporária ou permanentemente, tornando muito difícil circular informação”.
“As únicas pessoas fornecendo informações são os próprios cidadãos tibetanos, que assumem grandes riscos para enviarem relatos, fotos ou imagens de vídeo para o mundo exterior”, acrescentou ele.
Em setembro, os tribunais na província de Sichuan condenaram quatro tibetanos, incluindo três monges, a longas penas de prisão por passarem a contatos fora da China informações sobre as autoimolações e a repressão do regime, segundo os RSF.
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