Autoridades e policiais chineses fazem parte de lista de torturadores

14/03/2013 21:17 Atualizado: 15/03/2013 12:10
Grupo de direitos humanos nomeia quase 20 mil envolvidos na perseguição da meditação Falun Gong
Imagem do website da Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong (The Epoch Times)

Foi recentemente publicada uma lista contendo cerca de 20 mil torturadores, sequestradores, assassinos e sádicos, com seus nomes completos, locais de trabalho, títulos oficiais e, frequentemente, números de telefone – a maioria das forças policiais já estaria se preparando para uma série de prisões. Mas na China, as autoridades e forças policiais é que compõem a lista.

A ‘Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong’ (WOIPFG), um grupo de investigação independente com sede em Nova York, lançou recentemente um relatório em língua chinesa com informações de 19.839 oficiais chineses das forças de segurança. Todos os indivíduos são acusados de terem participado ou liderado em suas respectivas regiões a perseguição aos praticantes do Falun Gong, uma prática espiritual tradicional chinesa.

“Desde que criamos a WOIPFG, temos diariamente coletado informações e provas da perseguição ao Falun Gong”, disse Wang Zhiyuan, porta-voz e investigador da organização, numa entrevista por telefone. “Estamos publicando esses dados para trazer mais conscientização sobre a perseguição ao Falun Gong, fornecer dados completos da perseguição do Partido Comunista Chinês e preparar o terreno para os grandes julgamentos que ocorrerão.”

Terri Marsh, diretor-executivo da Fundação Legal de Direitos Humanos (FLDH) de Washington DC, disse que seu grupo tem se preparado para o julgamento de muitos dos mesmos indivíduos identificados pela WOIPFG.

“As acusações, um projeto de estatuto, as teorias de responsabilidade aplicáveis e assim por diante, estão sendo submetidas à Organização das Nações Unidas, ao Parlamento Europeu e a todos os órgãos de justiça relevantes, recomendando a criação de um Tribunal de Direitos Humanos para os criminosos identificados no relatório”, disse ela num comunicado.

Marsh acrescentou: “A FLDH elogia a WOIPFG por sua meticulosa pesquisa, uma investigação e relatório altamente credíveis.” Sua fundação é responsável por uma ação judicial na Espanha que resultou no indiciamento de cinco altos oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) por seus papéis na perseguição ao Falun Gong.

Quase todos os nomes no banco de dados da WOIPFG são acompanhados por links para artigos online que documentam as atividades específicas conduzidas por estes indivíduos na perseguição ao Falun Gong. É improvável que esses nomes sejam a palavra final sobre os que participaram na perseguição. Wang Zhiyuan diz que eles continuarão a acrescentar novos dados a seus registros.

O Falun Gong é uma prática espiritual baseada nos princípios da verdade, compaixão e tolerância. Ela se tornou alvo de perseguição em 1999, após o ex-líder chinês Jiang Zemin temer que o povo chinês fosse atraído pelos ensinamentos da disciplina. Jiang Zemin viu o Falun Gong como um desafio para a tentativa do Partido Comunista de controlar a forma como as pessoas pensam na China.

Da enorme lista de nomes, 1.887 pertencem a membros da Agência 610, um órgão extraconstitutional do PCC criado especificamente para supervisionar e implementar a perseguição ao Falun Gong; 2.997 pertencem a agentes associados ao Comitê dos Assuntos Político-Legislativo (CAPL), que tem sido o principal órgão do regime na condução da perseguição; enquanto o resto dos nomes pertence à polícia, polícia secreta, promotores, guardas prisionais e outros que estiveram na linha de frente da perseguição.

Isso inclui enviar praticantes do Falun Gong para campos de trabalhos forçados, prisões ou centros de lavagem cerebral, onde são submetidos a táticas desumanas, frequentemente envolvendo tortura, para coagi-los a renunciarem a suas crenças.

“A publicação da lista de nomes também dá a todos esses autores uma oportunidade. Se eles mudarem, perceberem suas faltas e tomarem medidas concretas para se juntarem às fileiras dos que se opõem à perseguição, isso os ajudará e a suas famílias”, diz uma nota da WOIPFG que acompanha a lista. Caso contrário, eles serão inteiramente responsáveis por seu papel na perseguição, conclui a nota.

Wang Zhiyuan, porta-voz da WOIPFG, diz esperar que a publicação da lista funcione como um desincentivo aos perseguidores. “O Partido Comunista promove a perseguição por meio do pagamento e encorajando os agressores. Eles pensam que estes crimes ajudarão suas carreiras”, disse Wang Zhiyuan. “Nossa publicação desta lista expõe seus crimes e os impedirá de se engajarem em atos persecutórios.”

A WOIPFG é mais conhecida por chamadas telefônicas investigativas que sua equipe fez à China passando-se por compradores de órgãos para transplante. Seus telefonistas levaram médicos e funcionários de hospitais a admitirem, com tudo gravado e registrado, que tinham um suprimento pronto e disponível de órgãos de prisioneiros do Falun Gong.

O Dr. Lu do Hospital Minzu, da cidade de Nanning, na Região Autônoma de Guangxi, foi perguntado repetidamente se poderia obter órgãos de praticantes do Falun Gong. Na terceira afirmação direta sobre o fato, ele disse: “Correto. Escolhemos os bons, porque garantimos a qualidade em nossas cirurgias.”

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT