Autoridades chinesas pagarão por denúncias de autoimolações tibetanas

30/10/2012 19:27 Atualizado: 30/10/2012 19:27
Uma voluntária observa uma foto durante uma exposição das recentes autoimolações no Tibete, apresentada pela Anistia Internacional em Taiwan, em 29 de junho de 2012. (Mandy Cheng/AFP/Getty Images)

A polícia chinesa, numa área tibetana na província de Gansu onde muitas autoimolações ocorreram nos últimos dias, está oferecendo até 8 mil dólares por informações sobre tibetanos que planejam colocar fogo em si mesmos.

Segundo relatos, 58 tibetanos já se puseram em chamas desde 2009 para protestar contra a destruição de sua cultura, religião e modo de vida nas mãos das autoridades chinesas.

O aviso de recompensa foi publicado no domingo. Ele dizia, “Qualquer um que relatar e informar as autoridades legais sobre pessoas que planejam, estimulem, controlem e convençam pessoas a cometer autoimolação será recompensado com 50 mil RMB”, segundo a Campanha Internacional pelo Tibete, que postou a nota online. O valor equivale a pouco mais de 8 mil dólares.

Os avisos foram publicados na prefeitura de Gannan, província de Gansu, e a polícia confirmou à agência de notícias que pôs os anúncios.

As pessoas que derem informações as autoridades sobre quem organizou os quatro autoimolações mais recentes serão recompensadas com 200 mil yuanes (32 mil dólares), acrescentava o aviso.

O governo tibetano no exílio disse que os tibetanos na China não devem se imolar, dizendo que há uma “pequena população e cada vida é preciosa”.

A Campanha Internacional pelo Tibete disse que há “um intenso contingente militar na cidade de Labrang e no mosteiro Labrang Tashikyil” na província de Gansu, uma das maiores e mais influentes regiões tibetanas.

Dia 23, um homem que vendia pão diante do mosteiro pôs fogo em si mesmo, apenas um dia após outro tibetano se imolar.

Mary Beth Markey, que lidera o grupo de direitos tibetano, disse que a linguagem nos avisos “é consistente com a falta de reconhecimento oficial das políticas ou práticas que certamente contribuíram para as 58 autoimolações no Tibete desde fevereiro de 2009”.

“Ao invés disso, oficiais continuam a caracterizar as autoimolações tibetanas como atos imitativos, criminosos ou equivocados de terrorismo disfarçado”, continuou ela.

A Administração Central Tibetana fez comentários semelhantes no início desta semana, dizendo que a “repressão sistemática de sua liberdade de religião e seus direitos humanos, a destruição da língua, cultura e meio ambiente tibetanos e a assimilação da nacionalidade tibetana por meio do afluxo maciço induzido da população chinesa para o Tibete” está provocando as imolações.

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