Antes do 23º aniversário deste ano do Massacre da Praça da Paz Celestial (Tiananmen), o autor chinês Wu Renhua publicou uma exposição sobre a violenta repressão do governo chinês aos manifestantes estudantis em 1989. O livro, intitulado “A história secreta da limpeza sangrenta da Praça Tiananmen”, também contém uma lista completa dos militares que participaram do massacre.
A lista é o resultado de mais de 20 anos de pesquisa. Em entrevista à Rádio Free Asia, Wu disse que o 67º Batalhão foi a principal tropa mobilizada para o massacre.
A lista original, publicada no livro de Wu, tinha 2.705 nomes. No entanto, esse número aumentou desde então para mais de 3.000 com investigação suplementar revelando que mais soldados estavam envolvidos. Wu disse, “No processo de organizar e publicar os nomes das 19 unidades do exército que estavam envolvidas no incidente, eu continuava recebendo mais e mais nomes fornecidos por outros. Portanto, o número real de militares que tenho guardado em meus arquivos excede 3.000.”
Zheng Cunzhu, um defensor da democracia, que sobreviveu ao massacre e atualmente vive nos Estados Unidos, expressa que muitos dos militares que realizaram a matança em 4 de junho foram promovidos para cargos mais elevados depois. Zheng acrescentou que acredita que todas estas pessoas deveriam ser julgadas por seus crimes. Zheng disse a repórteres da NTDTV, “Esses militares que executaram o massacre têm consciências culpadas. Eu acho que todos devem ser investigados por seus crimes e levados à justiça pelo tribunal.”
Desde 2008, a cidade de Jinan, na província de Shandong, já realizou manifestações anuais para lamentar as vítimas do massacre. No entanto, a cada ano, a manifestação encontra interferência, e seus participantes são muitas vezes perseguidos pelas autoridades locais. Sun Wenguang, um professor aposentado da Universidade de Shandong, acredita que o regime chinês está tentando fazer seus cidadãos esquecerem o incidente.
O Prof. Sun disse à NTDTV, “Naquele ano, em 4 de junho, os soldados atiraram numa multidão de civis desarmados, matando-os e passando tanques sobre eles. Nos últimos 23 anos, a verdade nunca foi escrita em livros didáticos, nem publicada pela mídia em publicações na China. Hoje em dia, os estudantes universitários estão cientes do termo ‘4 de junho’, mas eles não têm ideia do que realmente ocorreu nesse dia.”
Sun disse que a única maneira de evitar que desastres políticos ocorram novamente e assegurar que a verdade sobre o passado nunca seja esquecida, é fielmente registrar a história para a posterioridade.