Autor chinês atacado em sessão de autógrafos, mas continua desafiante

15/01/2013 11:57 Atualizado: 15/01/2013 11:59
Li Chengpeng em sua sessão de autógrafos em Sichuan. Ele usou uma máscara preta na boca, indicando que foi censurado, e escreveu “Eu amo todos vocês” em sua camisa (Weibo.com)

Sessões de autógrafos são normalmente ocasiões monótonas, mas o autor liberal chinês Li Chengpeng teve de se defender de atacantes – um que jogou uma faca e outro que lhe socou a cabeça – enquanto introduzia na segunda-feira em Pequim seu novo trabalho, “O mundo inteiro sabe”.

Li Chengpeng é um formador de opinião amplamente seguido que tem seis milhões de leitores no Sina Weibo, um serviço chinês semelhante ao Twitter. “O mundo inteiro sabe” é, na verdade, o primeiro livro de Li Chengpeng e é uma coleção de ensaios curtos. Desde que começou a ser vendida poucos dias atrás, a obra ultrapassou a classificação de best-seller em vários websites.

O governo do Partido Comunista Chinês em Sichuan restringiu a venda do livro. Num evento de seu livro no domingo em Chengdu, capital da província, Li Chengpeng foi instruído que não poderia falar para a multidão. A notícia de sua supressão e o recente ataque se tornaram notícias célebres na internet chinesa, com uma onda de comentários e repostagens.

Uma sala de discussão temática dedicada ao espancamento e assédio de Li Chengpeng foi criada no Sina Weibo e mais de 11 milhões de mensagens foram registradas.

Os eventos foram revelados por um internauta chamado “Fanwei” que escreveu, “Aqui está o que aconteceu! Primeiro, o discurso de abertura de Li Chengpeng foi difícil de escutar, pois a área estava cheia de amigos e apoiadores e muitos patrocinadores foram deixados do lado de fora. Em seguida, às 17h, um cara abriu caminho sorrateiramente até o pódio e socou Li Chengpeng na cabeça. O homem, chamado Yan, foi capturado enquanto tentava escapar.”

“Então, por volta de 19h, outro homem que estava na fila de autógrafos puxou uma faca e a jogou no autor, que foi momentaneamente cercado pela multidão. A faca errou…”

Postagens que elaboravam o que aconteceu também foram encaminhadas as dezenas de milhares por leitores.

Posteriormente, um vídeo surgiu mostrando que o indivíduo originalmente visava colocar a faca, envolta em papel vermelho, em cima da mesa. Após ser afastado pelas forças de segurança, ele tentou lançá-la em ou para o autor.

De acordo com uma postagem no Weibo do ativista e ex-oficial tibetano Doje Cering, “não houve luta, pois havia uma forte presença policial”.

Perturbado, Li Chengpeng disse à Deutsche Welle após o evento que milhares de leitores estavam lá, incluindo alguns de outras províncias, e que o poeta Liu Shahe, que está em seus oitenta anos, foi forçado pela segurança a ficar sentado na plateia em vez de felicitar o autor.

Li Chengpeng, incapaz de conter sua raiva e emoção, disse, “Milhares de leitores vieram e eu os acolhi calorosamente. Da mesma forma, eu também trouxe uma sensação de acolhimento para este país e todos que estão perdidos nesta época.”

Um internauta escreveu, “Eu não concordo com seu ponto de vista, mas defenderei seu direito de falar livremente com minha vida. Se alguém pode ser espancado por outra pessoa pela simples razão de ter uma opinião diferente, que tipo de sociedade é esta?”

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