Atrocidade: Por trás das manchetes na China

26/08/2012 22:32 Atualizado: 26/08/2012 22:32
A Dra. Crystal Fang está consternada com a ética de transplante de órgãos na China. Como médica praticante na Filadélfia, ela diz que os médicos devem “defender nossos valores sagrados”. A Dr. Fang falou em 17 de agosto no Clube Nacional de Imprensa. (Gary Feuerberg/The Epoch Times)

WASHINGTON – A Associação do Falun Gong de Washington DC realizou uma coletiva de imprensa em 17 de agosto para pedir a mídia, aos governos e ao público que questionassem as explicações da mídia chinesa sobre os abalos políticos recentes no país. A conferência afirmou que crimes indizíveis se escondem por trás das manchetes chinesas, que a atual liderança comunista não está disposta a admitir a verdade e que a mídia ocidental tem dado cobertura superficial.

O julgamento de Gu Kailai, esposa do poderoso político chinês Bo Xilai, sobre o assassinato do empresário britânico Neil Heywood em novembro passado; a fuga do ex-chefe de polícia Wang Lijun, que tentou pedir refúgio no consulado norte-americano em Chengdu em fevereiro; e a queda e desgraça de Bo Xilai em março, que foi despojado de seus poderes e está sendo investigado por violações disciplinares, parecem opacos. As motivações dos principais envolvidos são obscuras.

“A verdadeira razão de Heywood ter sido assassinado foi por sua participação na colheita de órgãos de praticantes do Falun Gong e na exportação de seus corpos para serem usados em exibições de corpos”, disse Terri Wu, representante da Associação do Falun Dafa de Washington DC.

Terri Wu baseou sua conclusão em informações de uma fonte do Epoch Times que informou num artigo de 11 de agosto, ‘A verdadeira razão de Gu Kailai assassinar o empresário britânico Neil Heywood’. A fonte disse que Heywood estava envolvido com Bo Xilai e Gu Kailai no negócio da coleta de órgãos em Liaoning e que Heywood teria começado a contar às pessoas sobre seu envolvimento.

Terri Wu, porta-voz da Associação do Falun Dafa de Washington DC, disse que a comunidade internacional, os governos nacionais e a mídia devem investigar os crimes da colheita forçada de órgãos e da venda de corpos na China. Ela falou 17 de agosto no Clube Nacional de Imprensa. (Gary Feuerberg/The Epoch Times)

Terri Wu disse que a explicação oficial do porquê Gu Kailai assassinou seu parceiro de negócios e amigo foi devido a desacordos comerciais e ao medo de Gu Kailai de que Heywood prejudicaria seu filho. Para as pessoas que conhecem o poder e a natureza mafiosa da família de Bo Xilai, esta justificativa é insustentável. Ninguém, certamente nenhum britânico na China, se atreveria a ameaçar a segurança do filho de Bo Xilai e Gu Kailai, disse Terri Wu ao Epoch Times.

A informação da fonte do Epoch Times é consistente com os fatos conhecidos sobre a ascensão política de Bo Xilai em 2000 de prefeito de Dalian a governador da província de Liaoning, onde a tortura e morte de praticantes do Falun Gong foram particularmente severas.

Durante este período, duas fábricas abriram em Dalian, na província de Liaoning, que preservavam corpos humanos. O Epoch Times informou que “uma das empresas era a maior fábrica de mumificação de corpos humanos no mundo”.

A fonte do Epoch Times disse que os corpos eram principalmente de praticantes do Falun Gong assassinados. A informação obtida pelo Epoch Times não confirmava se as empresas tinham conhecimento da origem dos corpos. Agências de segurança pública e tribunais estavam envolvidos na coleta dos corpos e na venda para as fábricas de mumificação. Familiares de praticantes mortos não puderam reclamar os corpos devido a uma brecha na lei chinesa.

A posição política de Bo Xilai permitia o sucesso do negócio. Gu Kailai tratava do aspecto internacional do negócio assistida por Heywood. Todos ganharam muito dinheiro no tráfico de órgãos e de corpos humanos.

Terri Wu exortou a comunidade internacional, os governos e a mídia para investigarem os crimes da colheita de órgãos de pessoas vivas e a venda de corpos das vítimas.

Chunmei Ma forneceu evidências na conferência de imprensa sobre a colheita de órgãos de praticantes do Falun Gong. Chunmei Ma, de 43 anos, natural da cidade de Liaoyuan, província de Jilin, no nordeste da China, foi detida em 16 de novembro de 1999 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) e levada para o Campo de Trabalho Forçado Feminino de Heihuizi em Changchun, província de Jilin, por apelar ao governo de Pequim pelo fim da perseguição ao Falun Gong.

Chunmei Ma foi presa quatro vezes e enviada duas vezes para um campo de trabalhos forçados por praticar o Falun Gong. Durante sua detenção, ela foi enviada a um hospital para uma biópsia de medula óssea que seria usada para correspondência de tecido. Chunmei Ma falou em 17 de agosto no Clube Nacional de Imprensa. (Gary Feuerberg/The Epoch Times)

O Epoch Times informou sobre a tortura de Chunmei Ma em julho de 2011. Ela relatou seus sofrimentos e tortura, incluindo o uso frequente de bastões elétricos que queimaram sua pele e os espancamentos que sofreu. Uma vez, ela foi algemada por três dias a um “Leito de Morte”, uma cama de metal que puxa os quatro membros em direções diferentes. Ela não recebeu qualquer água durante esse período.

Chunmei Ma disse na conferência de imprensa que foi levada do campo de trabalho para um hospital para ter uma biópsia da medula óssea. Ela se recusou a assinar os papéis de consentimento que eram necessários no hospital. Eles a trouxeram de volta ao hospital dois dias depois e novamente ela se recusou a assinar o termo de consentimento. Ela soube mais tarde através de outros praticantes do Falun Gong que a biópsia de medula óssea é utilizada para correspondência tecido.

A Dra. Crystal Fang, uma médica da Filadélfia, referiu-se na conferência ao juramento de Hipócrates, pedindo que não prejudicássemos nossos pacientes. A Dra. Fang ficou estarrecida com o “abuso de transplante na China”. Ela disse que médicos como ela “estão comprometidos com a sacralidade da medicina”.