Atmosfera detectada em exoplanetas

10/05/2013 Descobertas
Cientistas ficaram surpresos por não detectarem metano em quatro exoplanetas estudados que orbitam uma grande estrela vermelha

Com o uso de técnicas mais avançadas, os centros de pesquisas espaciais já são capazes de identificar a atmosfera de muitos exoplanetas (planetas fora de nosso sistema solar) que têm sido descobertos, informou a NASA num comunicado nesta quinta-feira 9 de maio.

“Em apenas uma hora, fomos capazes de obter informações precisas sobre a composição de quatro planetas em torno de uma estrela fantasticamente brilhante”, disse Gautam Vasisht do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA em Pasadena, coautor de um novo estudo publicado no Jornal de Astrofísica.

Embora esses planetas tenham quase a mesma temperatura, cada um apresenta uma composição diferente e, para surpresa dos cientistas, eles não encontraram metano em suas atmosferas, assinalou o relatório. O que foi encontrado foram sinais de amônia. Usando modelos teóricos, a equipe assinalou que agora estão tentando resolver este enigma inesperado da química extraterrestre.

“A estrela é cem mil vezes mais brilhante do que os planetas”, diz Vasishtm, referindo-se à grande estrela vermelha HR8799 relacionada ao sistema estudado. “Desenvolvemos maneiras de eliminar a luz da estrela e isolar a luz extremamente débil dos planetas”, disse Vasisht no comunicado.

A estrela tem pelo menos quatro planetas. Três deles foram observados com os telescópios Gemini e Keck, em Mauna Kea, no Havaí, em 2008. O quarto planeta, o mais próximo da estrela e o mais difícil de visualizar, foi revelado em imagens feitas pelo telescópio Keck em 2010.

Imagem do sistema estelar HR8799 com seus planetas. A luz da estrela foi opticamente suprimida com tratamento de dados. A grande estrela vermelha está no centro do círculo enegrecido na imagem e os quatro pontos assinalados com letras são os planetas que a circundam (Projeto 1640 da NASA)

Estes planetas foram descobertos por meios indiretos, “por exemplo, buscamos uma oscilação estrelar induzida pela força dos planetas”, disse a NASA.

Agora, usando espectrógrafos, os cientistas podem obter o que chamam de “impressões digitais” do planeta, expondo as moléculas e sua composição química. Para isso, eles combinam uma série de instrumentos e, entre eles, o coronógrafo é essencial para isolar a luz.

Hoje, há mais de 800 exoplanetas confirmados e outros 2.700 candidatos que estão sendo avaliados.

Vários telescópios terrestres estão sendo preparados para caçar novos exoplanetas e estudar sua composição química. Alguns são do Observatório Keck, Gemini, Palomar e o telescópio japonês Subaru em Mauna Kea, no Havaí.

Inicialmente, eles estão localizando planetas de grande massa como Júpiter, que se encontram mais distantes de suas estrelas, para evitarem a luz, mas eles também querem investigar planetas jovens, que por terem bastante calor, são melhor identificáveis com os equipamentos atuais.

Planetas rochosos similares à Terra são muito pequenos e estão demasiado perto de suas estrelas para serem estudados com a tecnologia atual e inclusive para serem detectados, disse Charles Beichman, diretor-executivo do Instituto de Ciência de Exoplanetas da NASA em Caltech.

A composição química dos verdadeiros análogos da Terra será possível com uma futura missão espacial, como proposta pelo Planet Finder, segundo Beichman.

Concepção artística do sistema HR8799 (Lynette Cook/Observatório Gemini)

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