Atmosfera detectada em exoplanetas
Cientistas ficaram surpresos por não detectarem metano em quatro exoplanetas estudados que orbitam uma grande estrela vermelha
Com o uso de técnicas mais avançadas, os centros de pesquisas espaciais já são capazes de identificar a atmosfera de muitos exoplanetas (planetas fora de nosso sistema solar) que têm sido descobertos, informou a NASA num comunicado nesta quinta-feira 9 de maio.
“Em apenas uma hora, fomos capazes de obter informações precisas sobre a composição de quatro planetas em torno de uma estrela fantasticamente brilhante”, disse Gautam Vasisht do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA em Pasadena, coautor de um novo estudo publicado no Jornal de Astrofísica.
Embora esses planetas tenham quase a mesma temperatura, cada um apresenta uma composição diferente e, para surpresa dos cientistas, eles não encontraram metano em suas atmosferas, assinalou o relatório. O que foi encontrado foram sinais de amônia. Usando modelos teóricos, a equipe assinalou que agora estão tentando resolver este enigma inesperado da química extraterrestre.
“A estrela é cem mil vezes mais brilhante do que os planetas”, diz Vasishtm, referindo-se à grande estrela vermelha HR8799 relacionada ao sistema estudado. “Desenvolvemos maneiras de eliminar a luz da estrela e isolar a luz extremamente débil dos planetas”, disse Vasisht no comunicado.
A estrela tem pelo menos quatro planetas. Três deles foram observados com os telescópios Gemini e Keck, em Mauna Kea, no Havaí, em 2008. O quarto planeta, o mais próximo da estrela e o mais difícil de visualizar, foi revelado em imagens feitas pelo telescópio Keck em 2010.
Estes planetas foram descobertos por meios indiretos, “por exemplo, buscamos uma oscilação estrelar induzida pela força dos planetas”, disse a NASA.
Agora, usando espectrógrafos, os cientistas podem obter o que chamam de “impressões digitais” do planeta, expondo as moléculas e sua composição química. Para isso, eles combinam uma série de instrumentos e, entre eles, o coronógrafo é essencial para isolar a luz.
Hoje, há mais de 800 exoplanetas confirmados e outros 2.700 candidatos que estão sendo avaliados.
Vários telescópios terrestres estão sendo preparados para caçar novos exoplanetas e estudar sua composição química. Alguns são do Observatório Keck, Gemini, Palomar e o telescópio japonês Subaru em Mauna Kea, no Havaí.
Inicialmente, eles estão localizando planetas de grande massa como Júpiter, que se encontram mais distantes de suas estrelas, para evitarem a luz, mas eles também querem investigar planetas jovens, que por terem bastante calor, são melhor identificáveis com os equipamentos atuais.
Planetas rochosos similares à Terra são muito pequenos e estão demasiado perto de suas estrelas para serem estudados com a tecnologia atual e inclusive para serem detectados, disse Charles Beichman, diretor-executivo do Instituto de Ciência de Exoplanetas da NASA em Caltech.
A composição química dos verdadeiros análogos da Terra será possível com uma futura missão espacial, como proposta pelo Planet Finder, segundo Beichman.
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