Atleta é forçada a sorrir como propaganda para Partido Comunista

30/01/2014 13:38 Atualizado: 30/01/2014 13:38

A tenista chinesa Li Na retornou à China continental depois de ganhar o Aberto da Austrália no sábado, embolsando mais de US$ 2,3 milhões em prêmio em dinheiro.

No entanto, ela se mostrou desapontada na segunda-feira quando recebeu um cheque vermelho gigante de 800 mil yuanes (US$ 132 mil) das mãos de Li Hongzhong, o chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) na cidade de Wuhan, capital de sua província natal de Hubei.

Este é o segundo título de Grand Slam que a tenista Li Na ganhou desde que se separou do sistema esportivo estatal em 2008. Desde então, a jogadora de 31 anos escolheu seus próprios treinadores e fica com todos os seus ganhos. Em seu discurso de vitória, Li Na agradeceu seu treinador e seu esposo, mas não mencionou a China, como fez após ganhar o Aberto da França em 2011.

Enquanto Li Hongzhong elogiou a atleta por mostrar ao mundo o espírito tenaz das pessoas de Hubei em seu esforço pelo sucesso, os internautas comentaram sobre sua nítida falta de entusiasmo.

“Você deve sorrir Li Na!”, escreveu Pan Shiyi, o presidente do Soho, em seu blogue no Weibo, zombando da expressão insatisfeita da atleta.

“A expressão de Li Na diz tudo”, comentou outro blogueiro, segundo o Wall Street Journal. “Este dinheiro é do indivíduo. Li Na joga tênis muito bem. Ela é uma atleta profissional que não precisa do Estado para lhe dar qualquer coisa.”

Ye Mogong, presidente de uma empresa cultural em Guangdong, escreveu: “O secretário do PCC em Hubei, Li Hongzhong, encontrou-se com Li Na e lhe deu um prêmio de 800 mil yuanes. Em primeiro lugar, ele está usando o dinheiro dos contribuintes para agradar as autoridades no Partido Comunista; isso é roubo. Em segundo lugar, Li Na não precisa do dinheiro e tem uma reputação brilhante no mundo, que é muito maior do que a do secretário do PCC. Li Hongzhong usou o pretexto de cuidar da imagem do PCC e dos camaradas chineses para forçar Li Na a se encontrar com ele; isso é abuso do poder e assédio em nome do Partido Comunista.”

A postagem foi reencaminhada várias vezes, mas eventualmente foi censurada e excluída da internet chinesa.