Ativistas formam tribunal para ‘processar’ Monsanto por crimes contra a humanidade

11/12/2015 06:30 Atualizado: 10/12/2015 22:57

A Monsanto enfrentará um tribunal internacional por crimes contra a humanidade, mas críticos consideram a medida como uma manobra publicitária.

Ambientalistas, ativistas e cientistas anunciaram a ação do tribunal, recentemente, na conferência sobre mudanças climáticas em Paris.

A ação terá lugar em Haia, Holanda, em outubro de 2016.

O grupo de financiamento coletivo inclui a ativista indiana Vandana Shiva, o advogado de direito ambiental Corinne Lepage, e o diretor da Organic Consumers Association organização não governamental de defesa da agricultura orgânica) Ronnie Cummins.

“Já não era sem tempo que um tribunal de cidadãos globais colocasse a Monsanto em julgamento por crimes contra a humanidade e o meio ambiente”, disse Cummins em entrevista para a imprensa.

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“A Monsanto é a grande responsável pelo esgotamento do solo e dos recursos hídricos, extinção de espécies e declínio da biodiversidade, além do deslocamento de milhões de pequenos agricultores em todo o mundo”, acrescentou Shiva.

O grupo observou que a Monsanto, uma das maiores empresas de agricultura industrial do mundo, tem desenvolvido uma série de produtos altamente tóxicos, como o herbicida RoundUp. O grupo também critica o desenvolvimento de alimentos geneticamente modificados pela Monsanto, pois dizem que eles têm causado danos ambientais e, ao mesmo tempo, colocado pressão financeira sobre os agricultores.

Porém, enquanto alguns estão comemorando a ação do tribunal, os críticos estão considerando-a como um golpe de publicidade, uma vez que o tribunal não tem autoridade para punir realmente a corporação. O tribunal disse que suas descobertas poderiam ser usadas para a acusação contra a empresa no futuro.

A equipe de relações públicas da Monsanto informou que a ação do tribunal não passa de uma jogada de marketing.

“A criação pretensiosa de um falso tribunal para julgar a Monsanto por seus alegados ‘crimes’ revela a falta quase que universal de aceitabilidade de suas alegações em quaisquer sistemas de tribunais reais”, alegou a equipe.

“A Monsanto está pronta e ansiosa para responder a todas as perguntas sobre nossas atividades e produtos. A transparência é uma parte vital da nossa abordagem, e gostaríamos que o público nos julgasse com relação à realidade de nossas atividades, e não a uma caricatura da mesma. Este julgamento falso não tem base jurídica e é uma tentativa de enganar o público. Se seus proponentes tivessem um caso real, eles teriam levado a um sistema judicial real existente. A Monsanto é ocasionalmente levada a tribunal, de fato, e muito mais frequentemente do que o contrário, monta uma defesa vencedora.”

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