Pessoas que contribuíram para a proteção das florestas e das comunidades florestais receberam ontem o Prêmio “Heróis das Florestas”. A cerimônia de premiação foi organizada pelo Fórum das Nações Unidas sobre as Florestas na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Foi outorgado um prêmio de reconhecimento póstumo especial para José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, dois ativistas brasileiros assassinados em 24 de maio do ano passado ao tentarem proteger a Amazônia do desflorestamento na cidade de Nova Ipixuna, no estado do Pará, onde viviam.
O prêmio foi recebido por Luísa Santos, irmã de Maria, que também compartilha a luta para proteger a Amazônia. Luísa revelou durante a cerimônia de premiação que está ameaçada de morte pelos grupos de pistoleiros que mataram sua irmã e cunhado.
Num vídeo exibido durante o evento, os ativistas falaram da importância das florestas, a diferença entre povos e pessoas que trabalham no agronegócio e a dificuldade de diálogo com seus líderes.
Eles explicaram que valia a pena lutar pela floresta. “Para mim, a pior fraqueza dos seres humanos é a omissão. Se alguém passa com madeira lá, eu vou fotografar seu caminhão”, disse Maria no vídeo.
A irmã de José Claudio Ribeiro, Claudelice Silva, disse que a árvore mais cotada é a castanheira, por ter mais volume de madeira, mas a madeira não é nada comparada à produção de sementes que podem dar todo o ano. A madeira se é cortada acaba. “Ele falava muito sobre isso”, recordou Claudelice.
Após o assassinato dos ativistas em setembro de 2011, foram presos um mandante e dois atiradores. O processo ainda está na esfera judicial.
O evento marcou o fim do Ano Internacional das Florestas e 15 finalistas foram escolhidos entre 90 candidaturas de 41 países.
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