Apesar de uma torrente de adversidade, o ativista Yao Baohua, residente de Jiangsu, está determinado a impedir que sua propriedade seja tomada pelas autoridades locais para o desenvolvimento comercial.
O professor de matemática aposentado de 75 anos está num hospital da cidade de Changzhou, após uma recente operação para remover um tumor no estômago. Sua esposa e filho estão na prisão e ele e a filha só recentemente saíram sob fiança.
Sua casa de três andares é a última remanescente em 12 hectares de terras coletivas; agora, uma “casa prego” (como são eles chamados na China por perseverarem) cercada por escombros, no que já foi uma vila movimentada no distrito de Zhonggulou. As autoridades locais querem construir novos apartamentos no local próximo do centro da cidade, mas a família Yao se recusou a aceitar a compensação oferecida, mesmo após bandidos contratados serem enviados para atormentarem-nos.
As autoridades costumam oferecer baixíssima compensação àqueles que eles expulsam à força e guardam para si os lucros oriundos da venda e do desenvolvimento da terra.
“Todos se foram, luta após luta, lágrimas sob lágrimas”, disse Yao Baohua à AFP. “Mas nunca desistirei. É um empreendimento ilegal.”
Sua filha Yao Qin acrescentou que primeiramente os residentes não receberam qualquer compensação, mas eventualmente receberam um total de 700 mil yuanes (c. US$ 113.500).
Numa entrevista em fevereiro ao Diário da Manhã do Sul da China, Yao Baohua disse que as autoridades disseram à família que eles seriam presos “um a um” se não assinassem o acordo de desistência de suas terras. “Eles estão usando minha esposa e filho como reféns”, disse Yao Baohua. “Mas não assinarei, mesmo que eu tenha de morrer.”
Liu Xiaoyuan, o advogado de Yao Baohua, listou os sofrimentos de seu cliente a seus 89 mil seguidores no serviço de internet Weibo no fim de semana, “Yao Baohua, de 75 anos, ajudou os moradores de Jiangsu a lutarem contra a expropriação injusta de terras por desenvolvedores desde 2004. Nos últimos 10 anos, ele foi detido três vezes e preso num campo de trabalhos forçados por um ano e três meses. No final de dezembro de 2012, ele foi preso pela quarta vez, acusado de ‘incitar uma multidão’ e atentar contra a ordem pública. Mais tarde, ele foi novamente acusado de incitar tumulto social e perturbar a ordem pública.”
“Agora, a mais recente acusação contra ele é extorsão. Sua esposa de 74 anos está presa num centro de detenção, também acusada de extorsão.”
O ativista de direitos humanos Zhang Jianping comentou no Weibo que um vice-diretor tinha visitado o hospital especificamente para entregar a nova ordem de acusação contra Yao Baohua, mesmo ele tendo acabado de ser operado. “Esta sociedade não tem escrúpulos quanto a falsas acusações”, acrescentou ele.
A filha de Yao Baohua disse à AFP, “Isso é perseguição política, não é apenas sobre despejos forçados. Uma segunda Revolução Cultural está chegando.”
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