Liderança do Partido Comunista move-se com peso contra Bo Xilai e, possivelmente, outros
O artigo do New York Times detalhando a alegada riqueza do premiê Wen Jiabao transformou a planejada transição pacífica da nova liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) no próximo 18º Congresso Nacional Popular numa guerra política aberta, segundo uma fonte familiarizada com as discussões preparatórias para o evento.
No recente 7º plenário do 17º Congresso do PCC, que está sendo realizado a portas fechadas em Pequim, o tema de como definir o caso contra o oficial desgraçado Bo Xilai tem caracterizado fortemente a agenda. A fonte relata que a questão-chave é sobre se acusar ou não Bo Xilai da tentativa de golpe de Estado.
Se esta acusação for dirigida contra Bo Xilai, então, o atual líder chinês Hu Jintao e Wen Jiabao podem propor que Bo Xilai seja cobrado junto com um grupo de golpistas, o que presumivelmente inclui o ex-líder chinês Jiang Zemin, o chefe da segurança pública Zhou Yongkang e o líder político Zeng Qinghong, segundo a fonte.
Como o Epoch Times informou previamente, estes quatro membros e outros da facção de Jiang Zemin estão determinados a recuperar o poder, a fim de evitar serem responsabilizados pelos crimes cometidos na perseguição à prática espiritual do Falun Gong, especialmente, na atrocidade da colheita forçada de órgãos de pessoas vivas.
A facção tentou várias manobras para perturbar ou atrasar a transferência de poder para a nova geração de líderes no 18º Congresso. Entre essas manobras estava a tentativa de golpe que agora paira sobre as cabeças de Bo Xilai e do resto da facção de Jiang Zemin.
Após Wang Lijun, o ex-chefe de polícia de Bo Xilai em Chongqing, fugir para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro e, em seguida, ser enviado a Pequim para investigação, a Central do PCC soube de um golpe planejado por Bo Xilai, Zhou Yongkang e outros que seria efetivado logo após o 18º Congresso.
Expondo a riqueza dos líderes
Segundo a fonte, o método mais recente para ganhar vantagem empregado por Zhou Yongkang foi o que a fonte chamou de “ataque suicida” contra Wen Jiabao. O artigo publicado no NY Times é compreendido por pessoas no PCC servindo a agenda de Zhou Yongkang, disse a fonte.
O ataque a Wen Jiabao foi precedido em junho por um artigo semelhante na Bloomberg expondo a riqueza da família de Xi Jinping. De acordo com o website de notícias Boxun, o artigo da Bloomberg foi considerado por uma facção afiliada com Bo Xilai como um teste para o artigo sobre Wen Jiabao.
Rumores estão circulando agora em Pequim que um artigo similar expondo a riqueza da família de Hu Jintao está em produção.
De acordo com vários websites de notícias de língua chinesa baseados fora da China, Wen Jiabao respondeu ao artigo do New York Times em reuniões partidárias fechadas, oferecendo tornar públicos os ativos de sua família.
A oferta de Wen Jiabao é inaceitável para outros membros da liderança do PCC. Se Wen Jiabao fizer isso, então, outros líderes do PCC ficariam expostos. A publicação de detalhes sobre a riqueza acumulada por líderes individuais ameaça todos os membros da liderança, disse a fonte.
Analistas dizem que os líderes entendem que a publicação de informações sobre suas fortunas geraria um ódio febril do povo chinês contra os oficiais do PCC. A publicação do artigo do NY Times colocou Hu Jintao e Wen Jiabao numa posição que não podem recuar.
Se Hu Jintao e Wen Jiabao deixarem a ameaça representada pelo artigo do NY Times sem resposta, então, os líderes do PCC podem se esgueirar por trás de Zhou Yongkang, que de outra forma seria marginalizado com sucesso, dizem analistas. Ou Hu Jintao e Wen Jiabao finalmente subjugam Zhou Yongkang e a facção de Jiang Zemin ou serão punidos por falharem.
Contra-ataque
Um anúncio de duas sentenças concisas na mídia estatal Xinhua em 26 de outubro – a declaração foi publicada mais tarde no mesmo dia na história do NT Times – assinalou o contra-ataque de Hu Jintao e Wen Jiabao. O comunicado dizia que, “A Suprema Procuradoria Popular decidiu colocar Bo Xilai sob investigação por alegadas infracções penais, bem como impor medidas coercivas sobre ele, de acordo com a lei.”
Também em 26 de outubro, a Xinhua informou a remoção de Zhang Jun, o vice-presidente do Supremo Tribunal Popular, de sua posição. No ano passado, Zhang Jun mostrou apoio às campanhas maoístas de Bo Xilai de “reprimir o preto e cantar o vermelho” em Chongqing.
A campanha de ‘reprimir o preto’, supostamente, visava os mafiosos, enquanto a campanha de ‘cantar o vermelho’ envolvia cantar canções maoístas, além de outras expressões de devoção ao PCC. Juntas, essas campanhas ajudariam a estabelecer a Chongqing Modelo que Bo Xilai oferecia como um caminho futuro para o PCC.
O envolvimento da Suprema Procuradoria Popular marca uma elevação significante da importância dada ao caso de Bo Xilai.
De acordo com o Apple Daily de Hong Kong, se caso Bo Xilai é investigado pela Suprema Procuradoria, então, ele será julgado pelo Supremo Tribunal. O julgamento de Bo Xilai pelo Supremo Tribunal Popular seria o julgamento de mais alto nível de um representante do PCC desde a Gangue dos Quatro, que foi julgada por um tribunal especial do PCC.
Se Jiang Zemin, Zhou Yongkang e Zeng Qinghong serão cobrados não está claro neste momento.
Mídia e militares
Além da elevação da importância do caso de Bo Xilai, Hu Jintao fez outros movimentos para fortalecer sua posição.
Hu Jintao colocou seu próprio homem como editor-chefe do Diário do Povo, uma mídia porta-voz do regime chinês. Em 1º de novembro, a China Central de TV anunciou que Wu Hengquan, o ex-editor-chefe, tinha sido nomeado vice-diretor do Departamento de Propaganda.
De acordo com o jornal japonês Sankei Shimbun em 1º de novembro, o escritório de Jiang Zemin no edifício da Comissão Militar Central (CMC) foi recentemente fechado. Jiang Zemin mantinha um escritório cômodo no prédio, com secretários particulares, desde que se aposentou da CMC em 2004.
Além de tomar o escritório de Jiang Zemin, Hu Jintao enviou uma série de alertas por meio de publicações militares, exigindo lealdade à central do PCC e a ele pessoalmente.
Um artigo de 1º de novembro no Diário do Exército de Liberação Popular, o porta-voz principal das forças militares do PCC, foi intitulado “Fortalecendo o espírito e a ideologia a um novo nível”, com um subtítulo apelando para, “Estudem profundamente e implementem o importante discurso de 23 de julho do presidente Hu Jintao.”
O artigo incluía a frase, “as forças hostis dentro e fora da China começam a se mexer”, e “em questões importantes e grandes, vocês devem estar lúcidos e suas posições devem ser firmes”.
No final, o texto dizia, “Ideológica, política e operacionalmente, vocês devem seguir de perto a Central do PCC e a Comissão Militar Central. Vocês devem resolutamente ouvir as ordens da Central do PCC, da Comissão Militar Central e do presidente Hu Jintao.”
Com pesquisa de Jane Lin.
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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.