Astrônomos descobrem embrião de estrela com 500 vezes a massa do Sol

29/07/2013 12:36 Atualizado: 06/08/2013 16:45
Utilizando parte do conjunto de antenas do telescópio ALMA, no deserto de Atacama, os astrônomos dizem que fizeram um verdadeiro “ultra-som” e que encontraram um “útero estelar” gigantesco
Novas observações realizadas pelo telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter / submillimeter Array) proporcionaram aos astrônomos a melhor visão obtida até agora de uma gigastesca estrela em pleno processo de formação dentro de uma nuvem escura (ALMA)
Novas observações realizadas pelo telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter / submillimeter Array) proporcionaram aos astrônomos a melhor visão obtida até agora de uma gigastesca estrela em pleno processo de formação dentro de uma nuvem escura (ALMA)

Astrônomos do mundo todo estudaram o nascimento de uma nova estrela de proporções nunca vistas dentro da nuvem escura Spitzer, a apenas 11 mil anos-luz da nossa Via Láctea.

Usando um quarto do total de antenas do telescópio ALMA, situado no deserto de Atacama, realizaram um verdadeiro “ultra-som” e encontraram “um útero estelar com mais de 500 vezes a massa do Sol”.

Para os astrônomos “o maior de todos já encontrado até agora na Via Láctea, e que ainda está crescendo”, anunciou o Observatório Europeu do Sul (ESO).

“Acredita-se que a nuvem dará à luz a uma estrela muito brilhante, com mais de 100 vezes a massa do Sol”, acrescentou a equipe de pesquisa, como uma hipótese.

“Apenas uma em cada dez mil estrelas da Via Láctea alcançam tal quantidade de massa!”, disse o astrônomo Nicolas Peretto do Serviço de Astrofísica, Instrumentação e Modelação (AIM) Paris-Saclay e da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, que lidera uma equipe internacional.

“Embora já acreditássemos que a região fosse boa candidata a se tornar uma nuvem de formação de estrelas massivas, não esperávamos encontrar tão impressionante embrião estelar em seu centro”, diz Peretto, segundo relatório da equipe do ALMA e ESO.

“Essas estrelas não são apenas raras, como também seu nascimento é extremamente rápido e sua infância muito curta, por isso, encontrar um objeto tão grande numa fase tão precoce de sua evolução é um resultado espetacular”, acrescenta Gary Fuller, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, participante da equipe.

O gigantesco embrião de estrela está girando por dentro, e o mais extraordinário, diz o relatório, é que ainda há “muito mais material fluindo e aumentando ainda mais sua massa.”

Segundo os astrônomos, este material finalmente entrará em colapso e formará a nova grande estrela.

A forma como tudo isso acontece sempre foi “um mistério”, diz a equipe que estuda a gigantesca massa estelar em formação. Até agora sabemos que estas nascem e se formam dentro das frias nuvens escuras, as quais lhes servem de alimento.

Uma teoria postula que a nuvem escura Spitzer, também codificada como 335579-0-292, teria se fragmentado, criando pequenos núcleos que entraram em colapso por si mesmos e formaram a estrela.

Uma segunda teoria afirma que toda a nuvem escura Spitzer começou a entrar em colapso a partir de dentro, e assim todo o material se precipitou para o centro. De acordo com esta teoria, este processo pode formar uma ou mais massas estelares.

A equipe liderada por Nicolas Peretto anunciou que agora estão tentando descobrir todo o processo utilizando o telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter / submillimeter Array) que, com suas múltiplas antenas direcionadas em uníssono, permite uma visão mais profunda. Anteriormente, utilizaram o Telescópio Espacial Herschel, da Estação Espacial Europeia (ESA).

A nuvem mostra densos e escuros filamentos de gás e poeira que fluem para o interior, de modo que para Ana Duarte Cabral, do Laboratório de Astrofísica de Bordeaux (França), isto apoia a teoria de um grande colapso global interior, e não a fragmentação em múltiplos núcleos.

“As observações do ALMA revelam esses detalhes espetaculares dos movimentos da rede de filamentos de poeira e gás, e mostram que uma grande quantidade de gás está fluindo em uma compacta área central”.

“Queríamos ver como são formadas e como crescem essas estrelas gigantes e, certamente, nós conseguimos! Uma das fontes que encontramos é enorme – o maior núcleo protoestelar de todos os que foram localizados até agora na Via Láctea”, afirmou Peretto.

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