Assassino de Dorothy Stang é libertado

03/07/2013 14:45 Atualizado: 06/08/2013 15:52
A imagem de arquivo mostra a missionária norte-americana irmã Dorothy Stang trabalhando na floresta amazônica, no Pará, em 2004. Ela foi assassinada  em fevereiro de 2005, em Anapu, oeste do Pará, (Carlos Silva / AFP / Getty Images)
Imagem de arquivo mostra a missionária norte-americana Dorothy Stang trabalhando na floresta amazônica, no Pará, em 2004. Ela foi assassinada em fevereiro de 2005 em Anapu, oeste do Pará (Carlos Silva / AFP / Getty Images)

Ontem de manhã (2) o assassino da missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy, foi libertado do Centro de Progressão Penitenciária de BelémRayfran das Neves Sales foi condenado a 27 anos de prisão e estava detido há 8 anos e 4 meses, segundo UOL Notícias.

O condenado pelo assassinato já cumpria a pena em regime semi-aberto desde 2010 e progrediu para prisão domiciliar agora. Ele foi beneficiado devido a bom comportamento, segundo o juiz Cláudio Henrique Lopes Rendeiro da 1ª Vara de Execuções Penais, por ter estudado e trabalhado enquanto esteve na prisão, informou o G1.

“Ele agora vai ter algumas restrições, não poderá frequentar locais de grandes aglomerações, como festas; terá de estar em casa às 22h; e tem de arranjar um emprego em 60 dias”, afirmou o advogado de defesa de Sales, Raimundo Cavalcante, à UOL Notícias.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que vai verificar se a progressão de Sales ocorreu de forma legal. “De qualquer forma, é uma vergonha”. “Condenado a 27 anos, ele passou pouco mais de cinco em regime fechado. Isso é um estímulo à continuidade da violência no campo. A impunidade prevaleceu”, afirmou o diretor jurídico da CPT no Pará, José Batista Gonçalves, à UOL Notícias.

Outro condenado pelo crime, Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, acusado de ser mandante do crime, foi condenado a 30 anos em 2007. Em 2008 ele foi absolvido, pois teve direito a novo julgamento já que sua pena era superior a 20 anos de prisão. Em 2009, esse júri foi anulado pela Justiça do Pará após o Ministério Público ter recorrido. Novamente  julgado em 2010, Bida foi condenado a 30 anos de prisão. Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal anulou o júri de 2010 alegando que seu direito de defesa não foi respeitado. Um próximo julgamento está marcado para setembro deste ano.

Já Amair Feijoli, condenado por ser intermediário do assassinato, cumpre prisão domiciliar em Altamira.

O assassinato de Dorothy Stang ocorreu em fevereiro de 2005 em Anapu, oeste do Pará. A missionária, nascida em Dayton, Ohio, trabalhava há 30 anos com pequenos proprietários e comunidades na Amazônia defendendo o direito à terra, ao manejo sustentável da floresta e denunciava crimes ambientais, trabalhistas e fundiários.

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