Assassino comunista é condenado na Hungria

18/07/2014 08:00 Atualizado: 17/07/2014 22:48

Recentemente a Justiça húngara condenou Béla Biszku – membro do Partido Comunista e hoje com 92 anos – a cinco anos e meio de prisão por crimes de guerra cometidos contra a população civil desarmada em 1956.

Trata-se do primeiro processo de um antigo líder civil comunista desde o fim da escravidão do país à ditadura soviética, noticiou “Libération” de Paris.

Biszku supervisionava o conselho militar que mandou abrir fogo contra os civis durante manifestações de protesto em Budapest no dia 6 de dezembro (quatro mortos), e em Salgotarjan (norte do país), em 8 dezembro (46 mortos).

As vítimas não foram insurgentes armados, mas civis que protestavam pacificamente.

Biszku foi premiado com o Ministério do Interior de 1957 a 1961 e com a vice-presidência do Conselho de Ministros até 1978, ano em que se retirou da política.

Desde o fim dos anos 90 a Hungria condenou uma quinzena de chefes de polícia e oficiais do exército. Mas o processo de Béla Biszku – que era apenas uma peça da máquina comunista que ficou quase intocada na Europa do Leste – foi arquivado.

Em 2009-2010, dois jornalistas de um blog de direita reencontraram o ex-hierarca comunista, e Biszku declarou em vídeo que não via razão para pedir perdão por seus crimes.

As declarações chocantes desse açougueiro da repressão comunista escandalizaram o país, motivando uma lei aprovada por larga maioria em 2010, a qual punha em pé de igualdade a Shoah e crimes análogos contra a humanidade.

Os crimes do comunismo não foram objeto de um processo proporcional e justo.

Basta considerar a falta de proporção com a condenação dos delitos do nacional-socialismo, seu aliado no desencadeamento da II Guerra Mundial.

Em 1956, a Hungria tentou recuperar sua independência e libertar-se da bota soviética. Os combates de rua mataram 2.500 populares magiares e entre 600 e 700 soldados soviéticos.

Civis sob o fogo da repressão totalitária em Budapest, em 1956 (Reprodução)
Civis sob o fogo da repressão totalitária em Budapest, em 1956 (Reprodução)

Executaram-se 225 pessoas e mais de 20 mil foram encarceradas durante a represália comunista, segundo o Instituto de Pesquisa sobre 1956 – 56’os Intézet.

Nessa tentativa de recuperar a liberdade foi encarcerado o heroico cardeal Jozsef Mindszenty, primaz do país.

Em 31 de outubro de 1956, o cardeal Mindszenty é libertado da prisão comunista (Reprodução)
Em 31 de outubro de 1956, o cardeal Mindszenty é libertado da prisão comunista (Reprodução)

Quando os tanques russos invadiram Budapest, ele se refugiou na legação comercial americana, ali permanecendo durante vários anos numa espécie de cárcere domiciliar.

No pontificado de Paulo VI o cardeal foi dali retirado, pela pressão combinada dos ditadores marxistas – que viam nele um perigo latente contra a ditadura socialista – e da “Ostpolitik” vaticana, que ansiava granjear a amizade dos inimigos de Deus.

Luis Dufaur é escritor e edita o blog Flagelo Russo

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