Assange entrevista líder do Hezbollah em estreia de programa

18/04/2012 03:00 Atualizado: 18/04/2012 03:00

Julian Assange (centro), fundador do WikiLeaks, deixa a Corte Suprema no centro de Londres em 2 de fevereiro de 2012. (Carl Court/AFP/Getty Images)Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, entrevistou Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah, na estreia de seu Talk Show no canal de notícias RT, uma mídia estatal russa.

“Eu quero saber: Por que ele é chamado um combatente da liberdade por milhões e, ao mesmo tempo, um terrorista por milhões de outros?”, perguntou Assange em seu programa, intitulado O Mundo de Amanhã.

Nasrallah, que alegou ser sua primeira entrevista em seis anos, disse que o Hezbollah apoia o presidente sírio Bashar al-Assad porque seu regime apoiou a organização de base libanesa. Al-Assad, acrescentou ele, “não recuou diante da pressão israelense e norte-americana”.

Nasrallah é considerado um terrorista procurado pelos Estados Unidos, Israel e outros governos, e o Hezbollah também é considerado uma organização terrorista.

“Desde o início tivemos um regime que está disposto a fazer reformas e preparado para o diálogo. Do outro lado, você tem uma oposição que não está preparada para o diálogo e não está preparada para aceitar reformas”, disse Nasrallah.

Assange conduziu a entrevista a partir de um local não revelado no Reino Unido e usou o vídeo do programa de bate-papo Skype para se comunicar com Nasrallah.

New York Magazine julgou a estreia de Assange extremamente abaixo do esperado.

“Valor de produção de baixa fidelidade, considerando o acesso público mais o Skype, encheu os 30 minutos inteiros com a câmera mudando entre close-ups de Assange, frequentemente com as mãos no rosto, e Nasrallah, que se sentava despretensiosamente em frente a um fundo azul com um par de bandeiras”, escreveu Joe Coscarelli na revista numa avaliação.

Coscarelli criticou o estilo de entrevista de Assange ao questionar Nasrallah, que é uma figura controversa, “previsível, mas não sondou perguntas sobre Israel, a Síria, e, sim, materiais do WikiLeaks.”