Problemas de saúde respiratória, assim como a asma, numa criança pequena podem ter começado muito antes de nascer, de acordo com um estudo publicado pela Universidade de Columbia, EUA. Mães com altos níveis de estresse, ansiedade ou depressão durante a gravidez levam maior risco de asma à criança em desenvolvimento.
De acordo com Marilyn Reyes, a principal autora do estudo, entender a ligação entre a saúde materna e a saúde respiratória de uma criança é uma parte importante no desenvolvimento de estratégias para prevenir a asma.
“Aproximadamente, 70% das mães que disseram que experimentaram altos níveis de ansiedade ou depressão enquanto estavam grávidas, relataram que seus filhos tinham respiração ofegante antes dos 5 anos”, disse Reyes num comunicado de imprensa.
O estudo incluiu 279 mulheres afro-americanas e hispânicas entre 18 e 35 anos de idade, provenientes de bairros pobres, que foram acompanhadas desde a gravidez até depois do nascimento. Este é o primeiro estudo a associar o estresse psicológico materno com o chiado pediátrico.
“Visto que famílias de baixa renda tiveram experiências de fatores de estresse de muitas fontes que talvez contribuíssem para os resultados adversos na saúde da criança, a compreensão de como a saúde da criança pode ser influenciada por estes fatores é um passo importante no desenvolvimento de intervenções eficazes”, disse Rachel Miller, alergista e autora sênior do estudo, num comunicado.
Crianças (menores de 18 anos) com asma em domicílios com rendimentos anuais abaixo de 35 mil dólares (cerca de 78 mil reais) totalizam mais de 23 mil casos; no entanto, existem 9 mil crianças com asma em domicílios com renda anual entre 75 e 100 mil dólares anuais (167 e 223 mil reais), de acordo com o relatório de 2009 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
“Os sintomas da asma pediátrica podem variar de uma tosse irritante que pode durar dias ou semanas até repentinas e assustadoras emergências respiratórias”, escreveu Miller.
A conexão entre o estresse pré-natal e o chiado persistente ou transiente nas crianças das mulheres que participaram do estudo foi alta, mas nenhuma ligação foi encontrada entre o estresse materno após o nascimento e a asma nas crianças.
De acordo com o CDC, até 2009, mais de 7,1 milhões de crianças menores de 17 anos nos Estados Unidos tinham asma, e crianças afro-americanas não-hispânicas foram as mais propensas de serem diagnosticadas com asma: 22% das crianças afro-americanas já foram diagnosticadas com asma, enquanto as crianças hispânicas foram 13% e as crianças não-hispânicas brancas foram 12%.
Os sintomas da asma que existem em crianças pequenas incluem tosse, especialmente à noite, um assobio ou chiado quando expiram, dificuldades para respirar ou respiração rápida, que faz com que o pescoço se tranque, e resfriados frequentes que se instalam no peito.