As dez novas espécies nomeadas para 2011

25/01/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:31

Ele é plano como uma panqueca e pesquisadores dizem que quando se move no fundo do mar lembra um ''morcego-caminhando'', com suas barbatanas parecidas com braços balançando pelo abismo. (Prosanta Chakrabarty/Universidade do Estado da Louisiana, EUA)

Uma sanguessuga T. rex, um peixe-morcego-panqueca e um cogumelo aquático estão entre os vencedores da nova lista das 10 espécies, anunciada em 23 de maio de 2011, para coincidir com o 304º aniversário do botânico sueco Carolus Linnaeus, que fundou a taxonomia moderna e o sistema de classificação usado por cientistas.

Tyrannobdella rex, uma sanguessuga peruana com menos de 2 centímetros, possui uma única mandíbula com dentes gigantescos para combinar com seu nome, e significa “sanguessuga tirana real”. Ela foi descoberta no Peru pela primeira vez quando uma sanguessuga aderiu-se no interior do nariz de alguém.

Com a aparência de um morcego que anda, o peixe-morcego-panqueca (Halieutichthys intermedius) mora no fundo do mar, dentro e próximo da região afetada pelo vazamento de óleo ocasionado pela plataforma “Deepwater Horizon” no Golfo do México.

Barata saltadora, Saltoblattella montistabularis. (Mike Picker/Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul)

Abaixo da região clara, porém congelante, da parte superior do Rio Rogue no Oregon, nordeste dos Estados Unidos, existe uma espécie de cogumelos com guelras, Psathyrella aquatic, que os cientistas observaram crescer no fundo d’água durante um período de 11 semanas.

Outros vencedores incluem um fungo bioluminescente, uma barata saltadora, um lagarto frugívoro gigante, um grilo polinizador de orquídeas, e uma aranha de Madagascar que tece teias em rios e lagos.

A teia mais longa conhecida desta aranha, Aranha Casca de Darwin (Caerostris darwini), estendia-se por 25 metros através de um rio, e a seda da espécie é duas vezes mais forte do que qualquer outra seda de aranha e 10 vezes mais forte do que uma peça de Kevlar do mesmo tamanho, de acordo com um comunicado de imprensa.

Por fim, mas não menos importante, há um dukier, ou pequeno antílope, originalmente descoberto num mercado de carne de caça africano, e uma bactéria que consome ferrugem encontrada nos destroços do Titanic, que os cientistas pensam que pode ajudar a quebrar velhos navios e plataformas de petróleo no chão oceânico.

Mary Liz Jameson da Universidade do Estado de Wichita, EUA, presidiu o comitê internacional de especialistas que selecionou as 10 espécies deste ano.

Fungos bioluminescentes lançam um brilho sobrenatural, no entanto belo. (Cassius V. Stevani/Instituto de Química, Universidade de São Paulo, Brasil)

“Cada uma destas surpreendentes descobertas conta uma estória sobre o nosso planeta; elas são peças de um quebra-cabeça que nos ajudam a entender como todos os componentes da vida na Terra trabalham juntos”, disse Jameson, num comunicado de imprensa.

“Aquele belo cogumelo luminescente, com brilho contínuo, atrai pequenos insetos que ajudam a dispersar os esporos do cogumelo. As bactérias comedoras de ferrugem reciclam até mesmo as mais titânicas criações humanas de modo que os componentes podem ser utilizados por outras criaturas.”

“Eu acho que as 10 espécies selecionadas ajudam a chamar a atenção às peças do quebra-cabeça que ainda esperam por serem descobertas, quer seja no seu próprio quintal, numa clínica de saúde no Peru, no fundo do oceano, ou num mercado da África Ocidental”, acrescentou ela. “A ciência da biodiversidade é repleta de exploração e descobertas, o que é muito legal.”

Aqui está um mapa-múndi do Google mostrando a localização de cada uma das 10 novas espécies.

Visite este website species.asu.edu para ver mais fotos e outras informações sobre as 10 novas espécies.