As 100 espécies mais ameaçadas do mundo

14/09/2012 05:28 Atualizado: 14/09/2012 13:51
Capa do relatório 'Inestimável ou Inútil?'
Capa do relatórioInestimável ou Inútil?’ (Sociedade Zoológica de Londres e da União Internacional para a Conservação da Natureza)

A preguiça de três dedos nativa de uma pequena ilha do Panamá, um tipo de camaleão de Madagáscar conhecido após a ficção “Tarzan”, e o chamado “unicórnio asiático” estão entre as 100 espécies mais ameaçadas do mundo.

Grupos de conservação publicaram a lista das 100 espécies mais ameaçadas de extinção no mundo, perguntando se esses animais, fungos e plantas são “inestimáveis ou inúteis?”

“A comunidade de doadores e o movimento de conservação estão se inclinando cada vez mais em direção à abordagem ‘o que a natureza pode fazer por nós’, onde as espécies e habitats selvagens são valorizados e priorizados de acordo com os serviços que prestam às pessoas”, disse o professor Jonathan Baillie, diretor da Sociedade de conservação zoológica, em um comunicado na terça-feira.

“Proteger as espécies mais ameaçadas no planeta se tornou cada vez mais difícil para os conservacionistas”, continuou Baillie.

“Se por um lado o valor utilitário da natureza é importante, a conservação vai além disso”, disse ele. “Essas espécies têm o direito de sobreviver ou temos o direito de levá-las à extinção?”

A lista de espécies ameaçadas foi selecionada por mais de 8.000 cientistas com a União Internacional para a Conservação da Natureza, em conjunto com a Sociedade Zoológica de Londres.

A lista espera conscientizar sobre animais considerados “inúteis”, mas salientou que estas 100 espécies, incluindo a saola, que vive nas selvas remotas do sudeste asiático – chamado “unicórnio asiático”, devido à sua extrema raridade – irão desaparecer totalmente, se não houver intervenção. Apenas uma dúzias de saolas existem no meio selvagem.

O título do relatório, “Inestimável ou Inútil”, destina-se a desafiar o status quo de como a conservação está sendo implementada atualmente. Os autores do relatório consideram que os esforços de conservação têm sido principalmente focados em espécies conhecidas, incluindo pandas e os rinocerontes de Java.

Os grupos de conservação disseram, por exemplo, que a bolha de salgueiro colorida, um tipo de fungo encontrado apenas em uma pequena área no País de Gales, está seriamente em declínio e pode desaparecer facilmente.

A carismática preguiça de três dedos pigmeu, apenas metade do tamanho de seu primo, a preguiça-de-garganta-marrom, é encontrada na Ilha Escudo na costa do Panamá, e está criticamente em perigo.

Outros incluem o gibão de Hainan, um primata encontrado apenas na ilha chinesa de Hainan. De acordo com uma contagem recente, acredita-se que apenas 22 deles tenham restado.

O relatório classificou a espécie em ordem alfabética, começando com a tartaruga arado (Astrochelys yniphora), localizada apenas em Madagascar. Entre 440 e 770 exemplares ainda estão vivos, tendo como sua principal ameaça o tráfico ilegal de animais.

Da mesma forma, um tipo de planta de jarro carnívora nativa das Filipinas que se alimenta de insetos, também está criticamente ameaçada pela caça ilegal.

“Se acreditamos que essas espécies são de valor inestimável, é hora da comunidade de conservação, governo e indústria dar um passo adiante e mostrar às gerações futuras que valorizamos todas as vidas”, disse Baillie.

No entanto, outros grupos de conservação disseram que seria impossível salvar todas as espécies ameaçadas.

“O ideal seria tentar salvar todas as espécies do planeta, porque tudo na natureza está conectado, tal e qual as soluções para os problemas ambientais”, disse à NBC, Sybille Klenzendorf, diretor de conservação do Fundo Mundial da Vida Selvagem (World Wildlife Fund). “No entanto, uma vez que salvar todas as espécies seria um enorme empreendimento, devemos concentrar nossos esforços na conservação da natureza como um todo.”

Uma vez que essas espécies ameaçadas desapareçam, elas “nunca mais poderão ser substituídas”, disseram os autores do relatório.

Baixe o relatório original em inglês (PDF).

 

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